sábado, 21 de agosto de 2010

OS HUMORES MASCULINOS - CONFLITOS ENTRE O Nº 1 E O Nº 2


Meus queridos leitores homens, eu vos dedico um pouco do meu tempo, mantendo-me vigilante e com um olhar atento em meu feeling e com o outro cuidando dos meus humores.

Prometo-vos, leitores homens, ajudar-vos a entender melhor os vossos arroubos de mau humor que são enigmas indecifráveis para quase todas as mulheres, e razões de sérias brigas entre marido e mulher.

Acredito que muitos já ouviram falar de anima e animus, termos utilizados por Jung para definir o aspecto feminino existente no homem e o aspecto masculino presente na mulher. Creio mesmo que já devam ter ouvido falar que esses aspectos estão muito ligados aos sentimentos da filha mulher com o pai e do filho homem com a mãe. Mas, a realidade, segundo Jung, vai muito além desses apegos e chamegos de adolescência.

Comecemos tentando entender essa presença feminina no homem e masculina na mulher. Deixem-me, logo de pronto, tranqüilizar-vos, conservadores e liberais leitores, afirmando que não entrarei nessa discussão que vem sendo explorada de um modo distorcido pela mídia e que confronta os direitos dos homossexuais, casamentos entre gays e similares.

O grande estudioso da mente humana, o gênio da psicanálise espiritual, Carl Jung, demonstrou que o ser humano é andrógino, o que significa que ele combina em si, os dois elementos, o masculino e o feminino. A mulher interior no homem, Jung chamou de anima, e o homem interior na mulher, animus.

Dizia Jung que, as criaturas humanas somente conseguem a sua plena integrão se souberem incorporar esses elementos às suas personalidades. O homem precisaria assumir o seu elemento feminino e a mulher, o masculino, sem o que não haveria esperanças deles entenderem as suas verdadeiras essências.

De acordo com Jung, é raro o homem que conheça, ou reconheça, a sua anima, e que consiga manter um relacionamento satisfatório com ela. Mas, para que isso venha a acontecer, antes é necessário saber empregar o feeling, a percepção intuitiva ou a sensação desprovida de emoção.

É raro o homem que conheça o suficiente sobre seu componente feminino, ou ainda melhor, que tenha um relacionamento satisfatório com esse seu aspecto feminino. Sem o feeling, o homem jamais dará o verdadeiro valor à sua anima, insistindo em desconhecê-la, não lhe conferindo o devido valor e não tendo com ela o indispensável envolvimento total.

De um lado desenvolver o feeling, do outro não se deixar tomar pelos humores! Quando está tomado por seus humores, é como se o homem se tornasse uma “mulherzinha”, dominado pela parte feminina da sua natureza. E não vai nesta observação nenhum sentido de julgamento comportamental de caráter sexual.

A “mulherzinha” que se faz presente na personalidade masculina é uma manifestação do seu inconsciente, diante da reação de alguns aspectos da sua constituição feminina interior. Isto se observa de forma bastante visível, quando o homem é contrariado e se isola num canto, agarrado a um jornal, que finge ler, ou de olhos pregados na televisão, sem se dar conta do que se passa na telinha à sua frente.

A Numerologia da Alma diria que o número um está num enorme conflito com o número dois, e que ambos se comportam de modo radical, tentando ocupar o mesmo espaço, num ambiente que só permitiria uma presença única.

As mulheres mais sábias costumam dizer que o marido “está de veneta”, e nem é bom chegar perto. Elas têm toda razão de esquecer o seu homem amuado e calado, num canto qualquer da casa, sem tentar insistir na polêmica que resultou naquele estado de ânimo.

A realidade, meus nobres leitores, é que são poucas, muito poucas, as mulheres que utilizam nessas horas o bom senso de não polemizar ou de simplesmente deixar para depois. O seu homem só precisa de um tempo para espantar os seus humores, e voltar ao seu mundo masculino seguro e confiante.

A mulher, sem saber quem seja a tal “mulherzinha” que se apossou do seu macho, fazendo-o carente e magoado, acaba ficando zangada e despertando o seu homem interior na forma de um “machão raivoso”. Enquanto o nº 1 sempre controlador e poderoso se fragiliza com suas inseguranças e mágoas, o nº 2 esquece suas fraquezas e timidez e assume o papel de super-herói, enfrentando o vilão, para que se faça a justiça e tudo retorne à antiga ordem.

Quem já não testemunhou essas brigas de marido e mulher, que começaram por coisinhas miúdas e terminaram num enfrentamento violento, com os dois botando para fora antigos ressentimentos e raivas reprimidas? Não há conflito pior do que o lado feminino do homem enfrentando o lado masculino da mulher. Os dois ficam inteiramente dominados por sua anima e seu animus, perdendo ambos o bom senso e os limites da razão.

É comum atribuir-se à mulher a culpa por essas brigas de casais, e, se não há propriamente motivo para culpá-las, não há como retirar suas responsabilidades por ter alimentado os humores do seu homem. Diz-se que faltou feeling, não houve a percepção intuitiva de que não era uma boa hora para tentar celebrar o acordo de paz. Mas, o que se pode fazer com um nº 2, pacificador, diplomata e eterno conciliador de conflitos? E assim, lá vai a mulher com o seu nº 2 aguçado tentar celebrar tratados de paz no meio da guerra, quando ainda não é a hora propícia para o início das conversações.

Os humores dos homens são problemas deles, que terão de resolvê-los sozinhos. As mulheres não têm culpa alguma, e se forem pacientes e pararem de se sentir culpadas, logo eles sairão daquele estado de sisudez e isolamento, voltando a conversar como se nada houvesse acontecido.

Acreditem meus leitores homens, que a culpa de muitas das brigas de casais é do feminino, mas não da mulher, o feminino do homem que existe no íntimo de todas as personalidades masculinas. Concordo que essas brigas não são de exclusiva responsabilidade da mulher que existe dentro de todo homem, mas também do homem que existe em cada mulher.

Domar essas feras interiores é uma espinhosa missão, por serem sensações estranhas em ambientes hostis – o feminino no homem e o masculino na mulher. Mas, é bom tentar. Que tal somar as forças, no lugar de dividir?

Se somarmos o nº 1 com o nº 2, nós encontraremos o nº 3, a energia sentimental, romântica e sociável, em que prevalece o bom humor e a beleza. Nada poderá ser mais indicado para um casal do que levar uma vida sob o enfoque do nº 3, onde o bom se faz presente e beleza é fundamental.

Agora, minhas atentas leitoras, quando o seu marido ficar emburrado por qualquer coisa, não se sintam culpadas, nem tentem saber os motivos. Deixem-no em seu canto em paz.

A “mulherzinha” dele é muito zangada, e nem é bom provocar o “machão zangado” que existe dentro de cada uma de vós.

Guardai bem todos vós essas duas palavrinhas latinas, animus e anima. Elas são as grandes responsáveis pela maioria dos divórcios por esse mundo afora. Sem feeling, elas agem como umas desatinadas, tumultuando a vida dos casais. Meditem bem sobre elas, antes de começar tudo de novo. Os homens têm humores, e as mulheres não podem perder os seus.

Deixo-vos como sugestão final a leitura de duas obras definitivas sobre esse tema, ambas escritas por Robert A. Johnson, HE e SHE. E se gostardes, eu também vos recomendo o terceiro livro da trilogia, o WE.

domingo, 15 de agosto de 2010

REFLEXÕES E CONFISSÕES DE UMA ALMA PEREGRINA

Confesso-vos, meus caros leitores, que venho de uma longa jornada. Doze foram os trabalhos, o mesmo número dos desafios enfrentados por Hércules.
Pedem-nos as ressonâncias de nossa jornada. Ponho-me a refletir e não as posso qualificar, nem sequer identificá-las por palavras.
As peregrinações não repercutem a não ser nas almas peregrinas. Revelar as lições aprendidas ao longo do caminho não é uma tarefa para dias, semanas ou meses após o fim da jornada, mas para anos e décadas mais tarde.
As ressonâncias ecoam no fundo da alma e se dizem minhas e somente minhas. Devo traduzi-las em ensinamentos e absorvê-las como mensagens.
A cada semana, uma nova etapa era vencida. As temáticas variavam e exigiam estudos e reflexões. Muitas delas não cabiam neste espaço, mas tiveram de ser reformuladas e formatadas para que se inserissem em nossa proposta espiritual.
As peregrinações são jornadas com metas traçadas e propostas estabelecidas desde a linha de partida. Mas, não é no destino que se encontram respostas aos questionamentos da alma, e sim ao longo do caminho.
Dia após dia, o peregrino pensa e repensa no tema proposto e reflete sobre a repercussão que ele provoca na sua alma. Ninguém mais a não ser ele poderá entender essas ressonâncias que agem no seu emocional e ficam marcadas para sempre na sua memória espiritual.
Outros peregrinos cruzaram o meu caminho, por muitos passei e cumprimentei, mas ainda que o caminho fosse o mesmo as jornadas eram completamente diferentes. Uns peregrinos caminhavam e oravam suas orações de fé. Outros paravam, e sentados debaixo de uma árvore soltavam seus pensamentos entre a gastronomia e a filosofia. Alguns olhavam ao redor, e se preocupavam com a natureza. Alguns outros, ainda ligados na cozinha, pensavam na família. E outros mais soltavam suas idéias na mente e pescavam imagens poéticas, que iam para os seus blocos de anotações.
A peregrinação é uma jornada silenciosa que se faz dentro de si, entre pensamentos, sentimentos e questionamentos. Imaginar-se que ela possa ressonar à distância é atribuir a sonhos um poder que eles não têm. Querer descrever a experiência de um peregrino é o mesmo que tentar explicar uma sensação ou uma imensa emoção, sonhada ao dormir ou inspirada na mente do poeta.
A jornada foi longa e ainda se estende até os dias de hoje. A alma buscou noutras vidas as imagens fugidias que não era capaz de articular na mente, nem de materializar por palavras. Os sentimentos foram sendo trabalhados, enquanto a alma peregrina esforçava-se para chegar à sua meta, dando tudo de si e vencendo cada etapa.
Meus amigos peregrinos e meus caros leitores, eu posso estar confundindo-os com minhas confissões, mas as almas peregrinas só podem narrar sentimentos e expressões colhidos ao longo do caminho. Não há como traduzir as experiências absorvidas, nem os conceitos abandonados à beira da estrada. Tudo se traduz em luz, numa energia que não se racionaliza e nem se explica.
As ressonâncias de uma peregrinação são segredos da alma, que a própria consciência não consegue alcançar. Tentar explicar essas ressonâncias seria como definir a fé ou conceituar o amor. Não há como traduzir as experiências de uma peregrinação, e menos ainda medir a expansão de suas ressonâncias.
Como toda alma peregrina, chego ao final da jornada cansado e coberto de poeira da estrada. Nada que um bom banho e uma noite bem dormida não possa resolver. Mas, falar das ressonâncias dessa peregrinação não há palavras capazes de descrever o que a alma aprendeu ao longo do caminho.
Nesta hora, lembro-me dos que nascem num dia 7 e que vivem suas vidas em eternas peregrinações. Silenciosos e solitários, pensativos e observadores, minuciosos e perfeccionistas, os nascidos num dia 7 são criaturas peregrinas, em suas jornadas introspectivas, sempre caminhando para dentro de si.
Confesso-vos, curiosos leitores, que possuo o meu número 7 muito ativo e que peregrinações sempre fizeram parte da minha vida. Às vezes, no meio da multidão, sinto-me só, e mergulho no fundo da alma, em busca de companhia. Outras vezes, incomodado pelo barulho, fecho os meus ouvidos e abro a minha audição para os suaves sons da música das esferas. É verdade, sou um peregrino nato.
A jornada acabou, e a peregrinação concluiu-se. Acertos e erros ocorreram, enquanto minha alma caminhava em peregrinação. Não posso contar-vos o que aprendi, nem mesmo o que senti, são segredos peregrinos, verdades místicas que não se revelam e nem se comentam.
Basta dizer-vos que tudo vale à pena, se a alma não é pequena. E a alma peregrina é grandiosa, capaz de acolher infinitas jornadas, através de sucessivas vidas, quando ela aprende verdades ocultas que afluem à mente, à medida que caminha.
As repercussões desta e de outras peregrinações ficarão guardadas no fundo da alma, por não poderem traduzir-se em palavras. Mas, os aprendizados colhidos durante a peregrinação serão aplicados imediatamente, mesmo que deles a minha mente não tenha a real consciência do que são e do que representarão nas minhas mudanças de hábitos.
Ah, meu amado leitor, ninguém sai em peregrinação e ao retornar é o mesmo que partiu!
A alma peregrina é aquela que aprende ao longo da jornada e volta transformada. Mas, não me perguntem o que mudou ou deixou de mudar. Esses segredos pertencem à alma peregrina em evolução. E isso eu não vos posso contar, até porque nem sei o que contar.

sábado, 7 de agosto de 2010

TEIA AMBIENTAL - CONSUMISMO






TEIA AMBIENTAL - CONSUMISMO E EFEITOS AMBIENTAIS

Teia Ambiental
Rede de Conspiradores Preservacionistas


DESCULPEM O TRANSTORNO, ESTAMOS PRODUZINDO LIXO

Meus pacientes e ecológicos leitores, após 30 dias de espera, a Teia Ambiental tece mais algumas tramas ambientais, em defesa do nosso planeta. O consumismo será o nosso tema central e os seus efeitos na natureza o motivo de nossas preocupações.

Esse tal de progresso a qualquer preço tem-me tirado do sério. Capitalistas e socialistas sempre usaram o mesmo chavão, enquanto a natureza vem pagando a conta ambiental.

Quando o socialismo espalhou-se pela Europa, rangendo os dentes contra a tirania capitalista, imaginou-se que o discurso marxista defendendo os cuidados com a natureza pudesse frear os ânimos consumistas e predadores do capitalismo selvagem. Mas qual o que, na prática os socialistas maltrataram tanto a natureza como os capitalistas já o vinham fazendo.

Não se trata do regime vigente, é o homem o mal que aflige o planeta. E vos digo com plena convicção, meu caro militante ambiental, onde está o homem está a destruição e o lixo.

Quando vejo os shoppings lotados, com seus corredores tomados por famílias em procissões consumistas, entrando e saindo de lojas, cada qual com sua bolsa mais cheia e mais pesada, eu me lembro de um aviso que se vê em ruas que estão em obras. É claro que a mensagem é outra, mas seria de bom tamanho, se no lugar de DESCULPEM O TRANSTORNO, ESTAMOS EM OBRAS, lá estivesse nas portas de acesso aos shoppings um grande cartaz - DESCULPEM O TRANSTORNO, ESTAMOS PRODUZINDO LIXO.

As lojas vendem hoje, o lixo de amanhã. As roupas não conseguem permanecer em uso mais do que meia estação. Os eletrodomésticos e toda a parafernália eletrônica moderna são objetos descartáveis. Eles na véspera enfeitam vitrines decoradas, no dia seguinte são atirados em terrenos baldios, trocados pelo novos top de linha, que os tornam artigos superados e sem nenhum valor.

Os celulares são atualmente os descartáveis mais encontrados nos monturos de lixo. Os computadores não resistem um ano, os automóveis, quando muito, sobrevivem por dois anos. Os aparelhos de TV e os monitores de computador são jogados nas esquinas das grandes cidades, causando sérios riscos para quem vier a se ferir com eles. As famosas lâmpadas econômicas, que enfeitam as casas de ricos e pobres, numa febre consumista muito bem conduzida pela mídia, são armas ameaçadoras com seus conteúdos de mercúrio.

E o que dizer das substâncias tóxicas que são lançadas nos rios e nos ares pelas indústrias, sem nenhum tratamento! E o lixo doméstico que está contaminando a terra e as águas, transformando os oceanos em autênticos lixões! E a emissão de gases nos grandes centros urbanos, com tantos carros em circulação!

Mas, meu comodista e progressista leitor, a sociedade quer assim, ela exige progresso, ela quer ter mais, cada vez mais. E o governo que se vire para oferecer mais créditos para as indústrias e dinheiro mais barato para os consumidores.

As indústrias, graças aos Bancos de Desenvolvimento, os BNDES da vida, podem produzir em alta escala, mesmo que não tenham muito capital de giro. Os cidadãos com seus orçamentos minguados podem comprar tudo que precisam e, principalmente, o que é absolutamente inútil, pois os financiamentos a perder de vista dão-lhes coragem para gastar, por não verem até onde podem chegar os seus riscos.

E a cada novo lançamento, lá vem promoção, até que a troca do antigo pelo novo torna-se irresistível. De posse do último modelo, o destino do que ficou fora de moda, mesmo que ainda esteja novo, é o lixo.

O progresso materialista é o filho primogênito do capitalismo selvagem. Gerado por ele, e herdeiro de tudo que de pior ele tem para legar à sociedade - desperdícios, esgotamento de fontes energéticas, destruições de florestas, extinções de espécies animais, poluição do ar, contaminação de reservas naturais de água potável e o extermínio da vida marinha indispensável à sobrevivência da humanidade.

A palavra de ordem é produzir sempre mais e gerar cada vez mais riquezas. De forma insana, o homem explora as energias do planeta como se essas fossem ilimitadas. Enquanto o homem extrai do subsolo as riquezas minerais que gerarão lucros para as elites, ele devolve à terra, que lhe mata a fome e sacia a sede, todo o lixo que produz.

As indústrias poluem, as usinas hidroelétricas destroem, a mídia promove o consumo do lixo. Todos formam uma cadeia de cumplicidade que tem numa extremidade a natureza sendo exaurida até o último suspiro, e na outra, a sociedade exigindo mais, cada vez mais.

Nesta tragédia não há inocentes e culpados, mas somente vítimas. Essa ânsia por destruir a natureza não passa de suicídio coletivo. As indústrias só produzem porque seus produtos são consumidos. A mesma sociedade que esbraveja contra os efeitos poluidores dessas ações predatórias é a única responsável por essa obsessão de crescer a todo custo e sem limites.

A indústria, para produzir cada vez mais, é obrigada a destruir e poluir cada vez mais. E não adianta reclamar. O que é produzido vai para os shoppings. O que está nos shoppings é promovido em todos os veículos de massa com uma mídia envolvente e sedutora. Mas, nela só cai quem quer ou quem não consegue resistir – quase todos.

Olhando os corredores dos shoppings, eu não posso deixar de comparar aquela multidão agrupada e espremida com o gado que vai para o abate. Assim como o gado que pressente a morte, mas não pode evitá-la, também aquela massa consumista pressente o desastre, mas não sabe como evitá-lo.

Disse um sábio cacique indígena, numa carta endereçada em 1855, ao presidente dos Estados Unidos que queria comprar suas terras, que o homem branco, um dia, iria morrer sufocado debaixo dos seus próprios dejetos. Transcorridos mais de 150 anos, desde aquela época, o volume dos dejetos aumentou de forma descomunal, e a consciência do homem branco parece haver mudado muito pouco, diante da ameaça iminente. Enquanto isto, meu desconsolado leitor, eu te pergunto até quando ainda serás cúmplice dos responsáveis por aquele cartaz nas entradas dos shoppings – DESCULPEM O TRANSTORNO, ESTAMOS PRODUZINDO LIXO?

A solução para todos os nossos males não está em reclamar, mas em agir. Atitudes, meu fiel leitor, atitudes!

Reduza o seu consumo que a natureza agradece.

Chega de tanto discurso, está na hora de cada um fazer a sua parte. E, a propósito, meu ansioso leitor, qual é mesmo a sua parte? E está esperando o que? Antes de pensar em reciclar, é preciso reduzir e reutilizar.

A reciclagem não é nossa função, mas reduzir e reutilizar, ninguém poderá fazer por nós. Pensem nisso!

O futuro da humanidade está em nossas mãos.

A sobrevivência de florestas e de espécies animais só depende de nós.

Não há desculpas. O tempo se esgotou. É hora de arregaçar as mangas, e assumir responsabilidades.

Da próxima vez que entrar num shopping, e lembrar do cartaz que se desculpa por estarmos produzindo lixo, pergunte a quem passar do seu lado: "Nós quem, cara-pálida?"



terça-feira, 3 de agosto de 2010

SEMINÁRIO DE INVERNO

Meus queridos leitores, vós não podeis imaginar o encantamento que tomou conta do Sítio Lenda Pessoal, no último sábado de julho. Cá estiveram aprendizes e outros amigos, num convívio de uma indescritível espiritualidade.
O Seminário contou com 11 participantes, sendo 4 aprendizes que fazem o curso via internet e 7 convidados que vieram juntar-se a esses dedicados estudiosos da alma.
Desde as primeiras horas da manhã do sábado, 31 de julho, começaram a chegar os participantes, num transporte solidário que é o primeiro sinal de fraternidade entre os que participam de seminários e cursos de Numerologia da Alma, no sítio onde resido, no Parque Brasilan, em São Lourenço. De repente, chegou um táxi, era a Edna, que perdeu a carona, mas não perdeu a pose, e chamou o seu amigo taxista para trazê-la ao Seminário.

Às 9h15, quinze minutos antes da hora marcada, todos já estavam reunidos na sala e prontos para seguirem para o quiosque, onde são realizadas as atividades no Sítio. E lá fomos nós, agasalhados no corpo e aquecidos na alma, em busca da confraternização espiritual que o estudo da Numerologia da Alma proporciona a todos que se aventuram a desbravá-la.
Os 7 convidados, Edna, Érika, Giovanna, Heloisa, Leida, Luciana e Maria Amélia e os 4 aprendizes Cida, Isabela, João Sérgio e Vera formaram uma autêntica procissão e caminharam até seus lugares, no quiosque localizado no meio da vegetação fechada de Brasilan, ao som da fonte que derramava a sua água no laguinho cercado de cana do brejo.
A Flora abriu o Seminário com suas sempre sábias palavras exaltando a natureza, mas logo se refugiou na cozinha, de onde sairiam os deliciosos pratos vegetarianos que saciariam a fome dos participantes, quando o relógio marcasse 1 hora da tarde. Mas, antes disso, às 11 horas, ainda teria um lanche com chá e biscoitos.
Envolvidos pelos mistérios dos números, passamos o dia reunidos, falando de mapas e análises, discutindo alma e missão, abordando relações de pais e filhos, maridos e mulheres, mestres e discípulos.


Quando a tarde começou a chamar a noite, trazendo o frio consigo, corremos para o aconchego da sala, onde saboreou-se um lanche a la Flora, aos respingos das últimas alusões ao tema do Seminário. Uma reunião amorosa e mística que ainda contou com a minha filha Cláudia, uma taróloga de alto nível, que também deu o ar da sua graça espiritual.
Duas aprendizes fizeram falta, pelo muito que têm participado e pelo esforço que vêm fazendo para aprofundar seus conhecimentos. Estou referindo-me a Neide e Rita, que foram as primeiras a confirmar suas participações, mas que o imprevisível impediu-lhes a presença. Nem tudo segue o programa, e é preciso ter em mente o plano B, aquele que não sendo o ideal, serve de alternativa.
Tenho certeza que esse plano B será cumprido num futuro bem próximo, quando Neide e Rita compartilharão desse nosso convívio mágico com pessoas que vibram no mesmo padrão e que são parceiras na busca de conhecimentos místicos da Numerologia da Alma.

Estamos preparando-nos, atentos leitores, para abrir um novo curso em setembro próximo. O curso é via internet, e é dado num blog criado especialmente para a colocação de matéria e comentários.
O grupo que está prestes a concluir este primeiro curso será avaliado e os que forem considerados aptos receberão do Instituto Alma Mater os seus diplomas de matemáticos, à semelhança do que ocorria na Ordem Iniciática de Pitágoras na Antiga Grécia.

Que dia maravilhoso, céu azul e almas iluminadas! O frio ao nosso redor, e as nossas almas aquecidas pelo calor humano! Inesquecível, meus caros leitores!
No dia seguinte, demos uma volta completa em torno do lago do Parque para uma Jornada de Experiência, quando pudemos praticar a visão mística que se esconde por trás de cada imagem captada por nossos olhos físicos.
Depois, cada um voltou para a sua casa, mas a ligação entre todos jamais será desfeita.
A gente é reponsável por todo aquele a quem cativa. Todos nós nos cativamos, criando uma responsabilidade que se estenderá por toda a vida.

Outras informações sobre o Seminário de Inverno no Flora da Serra

domingo, 1 de agosto de 2010

O LADO OCULTO DAS COISAS

Com esta postagem, estou participando da blogagem coletiva do Blog da Orvalho do Céu, cujo tema é MísticoxEspiritualidade.
Anotem o link : www.espiritual-idade.blogspot.com

Meus pacientes leitores, estou sendo desafiado, neste último domingo da blogagem coletiva, a abordar um tema complexo e polêmico - a crença mística. Os místicos são aquelas criaturas que vêem o que os outros não são capazes de enxergar e têm uma fé na presença divina muito distante do trivial religioso. Esses místicos, por longas eras, desafiaram a Igreja, e foram perseguidos e queimados. Acusados de profanos e bruxos eram forçados a renunciar seus dons espirituais, sob a ameaça de serem condenados à fogueira. Os livros que tratavam dessas formulações mágicas, capazes de transformar chumbo em ouro, ou a doença incurável numa indisposição passageira, foram confiscados pela Igreja e trancados a sete chaves nos mosteiros, para servirem de aprendizado aos religiosos mais graduados. Os livros de magia revelavam o lado oculto das coisas, transformando mistérios insolúveis em explanações singelas de como o divino se manifesta no mundo material. As religiões costumam desqualificar essas pessoas que possuem vidências ou mediunidades, vinculando esses dons a influências diabólicas, com o intuito de amedrontar os fiéis e manter o poder concentrado nas autoridades eclesiásticas. Creiam-me, devotos leitores, que não pretendo provocar nenhuma nova reforma, pois a de Lutero, nunca teve a pretensão de aprofundar a discussão sobre os Mistérios, de que tratam os grandes livros secretos das antigas seitas orientais. A contrariedade dos protestantes, capitaneados por Martinho Lutero, era com regras e padrões que eram adotados pelos papados da época. Eles não romperam por causa das atitudes inquisitoriais da Igreja, diante de ações visionárias e místicas dos magos e bruxas. A realidade é que após a separação, os seguidores de Lutero, desprezaram os rituais esotéricos cultuados nas celebrações católicas e transformaram suas casas de oração em centros de louvor e adoração a Deus, recusando-se a se envolver com rituais que agissem fora do controle da visão humana. Os católicos, ainda que poucos tenham consciência disso, sempre participaram de rituais místicos, através de suas festivas e inocentes missas, recheadas de palavras mágicas e de momentos místicos, como a consagração da hóstia. A consagração é magia pura, que somente os místicos são capazes de reconhecer, pelo toque do sino, pelas palavras do sacerdote e pela transmutação de energias que fogem à percepção dos não iniciados nos Mistérios da Doutrina Secreta. Os místicos crêem na Divindade porque têm consciência espiritual da presença divina na criatura humana. Os devotos crêem em Deus por se julgarem pobres pecadores que somente poderão ser perdoados por um Ser misericordioso, que está muito distante deste mundo sujo e pecaminoso. Pensando dessa forma, os místicos se tornam espiritualistas, enquanto os devotos se tornam religiosos. Por não serem capazes de perceber a magia da fé, os crentes crêem numa Divindade distante e intocável, da qual não se atrevem a chegar perto. Os místicos sabem que todos somos partes da Divindade, que Ela nos dá poderes e que esses poderes podem operar milagres. Os milagres do Cristo são atos mágicos, que os místicos reconhecem estar ao alcance da criatura humana. Essa realidade os devotos também deveriam aceitar com absoluta naturalidade, pois o Cristo afirmou que todos poderiam fazer tudo aquilo que Ele era capaz de fazer e muito mais. Infelizmente, meus crédulos leitores, o povo religioso costuma ler a Bíblia como estudantes em véspera de prova, querendo decorar sem pensar no que estão lendo, como se encontrassem a salvação papagueando os capítulos e versículos bíblicos, com citações decoradas de todos os seus parágrafos. O místico busca entender o que está por trás de cada palavra bíblica, comparando-as com o que revelam outros livros sagrados, porque sabem que o nosso Deus é o Deus de todas as raças e credos, e que se muitos são os caminhos a Verdade é Única, e quem as revela são seres crísticos que encarnam entre nós a cada ciclo de evolução. Os Grandes Mistérios eram cultuados entre os povos religiosos da Antiguidade, que sabiam que aquilo que os nossos olhos vêem são mayas, visões fantasiosas criadas pela mente humana, que limitam e apequenam a grandeza de nossas almas. A Igreja, que esconde de seus devotos a ritualística esotérica de suas celebrações, promove entre seus cardeais e papas a difusão dos antigos segredos mágicos, confiscados das seitas místicas que foram perseguidas e exterminadas pela Inquisição. Quem é acusado de pecar contra Deus, por crer numa doutrina mística e secreta, está recebendo ainda hoje os respingos inquisitoriais, a respeito dos quais o grande Místico Papa João Paulo II pediu perdão pelos desmandos da Igreja em épocas passadas. A espiritualidade, amigos místicos, não sobrevive sem as crenças e os rituais secretos, que fortalecem e expandem a fé com suas palavras e sons que transmutam a matéria e suscitam milagres. Calo-me, e deixo-vos refletir. Não me sigam, se não crêem em minhas palavras. Mas, não se deixem iludir pelos falsos profetas que vos submetem a crenças insanas, que afastam o divino do humano e negam o pleno acesso de todos nós ao amor místico do Criador pelas criaturas.