domingo, 26 de dezembro de 2010

DE MÉDICO E LOUCO TODOS NÓS TEMOS UM POUCO





Meus lúcidos e equilibrados leitores, começo este escrito temeroso de vir a vos encontrar à beira da loucura, nas últimas linhas do texto. Senti-me impelido a tratar desse assunto tão delicado, quanto complexo, tão sistêmico quanto polêmico, ao folhear o livro do Capra “Sabedoria Incomum”.
Eu já vos disse, em textos passados, o quanto eu me sinto atraído pelo conteúdo desse livro, no qual o autor relata suas experiências nos contatos com seus conselheiros, que viriam orientá-lo na elaboração do livro “Ponto de Mutação”.
O “Ponto de Mutação” foi uma obra que se seguiu ao primeiro grande sucesso do autor, o “Tao da Física”, e tratou de uma perspectiva futura de quebras de paradigmas, com abordagens em diferentes esferas do saber.
Os psicólogos e os psicoterapeutas foram os primeiros a se aproximar de Capra, quando ele começou a ministrar palestras sobre o seu livro “Tao da Física”. Essa aproximação natural acabou facilitando os primeiros contatos que o levariam a reunir profundos conhecimentos nessa área, e a manter um relacionamento mais íntimo e estreito com o Doutor R. D. Laing, uma das mentes mais brilhantes no tratamento dos chamados loucos.
Na época, o livro de Laing “O eu dividido” era leitura obrigatória de um curso freqüentado por Capra sobre loucura e cultura, o que foi familiarizando-o com as teorias de Laing. Os conceitos de Laing sobre dois temas em especial chamaram a atenção de Capra: o questionamento da autoridade e a expansão da consciência.
Esses temas eram abordados de forma vigorosa num outro livro do Doutor Laing, “The politics of experience”, no qual ele questionava a autoridade com que as instituições psiquiátricas privavam os pacientes mentais dos seus direitos humanos básicos.
Capra se deixou seduzir e entusiasmar com a eloqüência de Laing, que afirmava “o indivíduo que é internado e recebe o rótulo de paciente, e, de modo específico, de esquizofrênico, sofre um aviltamento de sua condição existencial e legal enquanto agente humano e pessoa responsável, e torna-se alguém não mais possuidor da sua própria definição de si, incapaz de manter aquilo que é seu e impedido de arbitrar quem irá encontrar ou o que irá fazer”.
A revolta do psiquiatra era com o tratamento dispensado a quem, após se submeter a um exame psiquiátrico, era aprisionado numa instituição fechada, reconhecida como um hospital de doentes mentais. Nesse ambiente hostil, o paciente era isolado do seu meio e rotulado como mentalmente doente e incapacitado para fazer escolhas ou tomar decisões.
O que mais chamou a atenção de Capra é que Laing não tratava a esquizofrenia e outras formas de psicose como doenças, considerando-as como estratégias inventadas para que essas pessoas estigmatizadas pela loucura simplesmente conseguissem sobreviver em situações insuportáveis. Essa concepção revolucionária reconhecia a loucura como uma reação sadia a um ambiente social insano, e que não existem pessoas esquizofrênicas, apenas sistemas esquizofrênicos.
Capra aprendeu em suas consultas e conversas com especialistas que Jung procurava entender a psique humana em sua totalidade, interessando-se pelas relações de cada um com o ambiente onde vivia. A menção do inconsciente coletivo jungiano implica num elo entre o indivíduo e a humanidade, que não pode ser simplificado e reduzido a um contexto de âmbito mecanicista.
A opinião de Stan Grof, outro psiquiatra consultado por Capra, era que tudo que fugia ao padrão dito normal era erroneamente diagnosticado como desvio patológico. Segundo Grof, o erro estava em se diagnosticar com base no conteúdo dessas experiências estranhas e atitudes incomuns, quando o que importava era a maneira como a pessoa conseguia lidar com elas e integrá-las à sua vida.
Meus atentos leitores, eu me concedo o direito de fazer uma analogia entre a narrativa de Capra e um conto do grande Machado de Assis, que tratou de forma irônica e cínica essa mesma temática, quase cem anos antes de Capra escrever seu livro. O conto chama-se “O Alienista”, e nele Machado conta as desventuras de um médico da cidade fluminense de Itaguaí, que decidiu tratar de todos os loucos da cidade.
Contrariando os hábitos vigentes, ele propõe à Câmara construir uma clínica de tratamento, onde os doentes seriam tratados; os furiosos, retirados dos isolamentos de seus quartos em suas residências, e os mansos, recolhidos das ruas e praças. A um mero sinal de desvio dos padrões de comportamento considerados normais, o cidadão era recolhido à Casa Verde, o asilo de loucos com suas janelas verdes.
O Doutor Simão Bacamarte, o médico alienista que deu nome ao conto, tratava de todos com muito zelo e competência, e a cada nova atitude suspeita, recolhia mais um paciente à Casa Verde. Um dia, quando quase toda a população já se encontrava trancafiada para tratamento, Simão Bacamarte surpreendeu a todos, e mandou todos para casa. E, para maior surpresa ainda, se trancou ele mesmo no asilo.
A conclusão a que chegara o nosso doutor é que ser normal é apresentar comportamentos estranhos e fora dos padrões, não sempre, mas de vez em quando, num modo de agir imprevisível e surpreendente. E ele, sendo equilibrado e sensato, em todos os momentos, era o único louco da cidade, precisando de tratamento.
Como dizia o Doutor Laing, não existem loucos, mas sociedades loucas. Os esquizofrênicos, diante de sociedades enlouquecidas e esquizofrênicas, não vêem outra saída senão criar o seu próprio mundo, e nele se recolher. Os que insistem em obrigá-los a aceitar o mundo “normal” e a reconhecer verdades inventadas pelos interesses dos padrões vigentes se consideram lúcidos, e os rotulam de loucos ou esquizofrênicos.
Os meus aprendizes e matemáticos sabem que loucuras são atribuições do número 5, quando se perde os limites e se passa por cima de tudo e de todos. Os impulsos e rompimentos dos padrões são ações do número 5, quando não se consegue canalizar suas energias para movimentos sadios de libertação e independência.
Os conflitos são as causas das loucuras humanas, quando diante de resistências, oposições e crises, perde-se o controle e agride-se a sociedade ameaçadora. A agressão pode ser ativa, com ações do número 5, ou passiva, quando é o número 4 que se impõe.
As ações atribuídas ao número 5 poderiam ser definidas psicologicamente como os atos de loucura agressiva e mais violenta, enquanto as do número 4 seriam as tipicamente esquizofrênicas, com fugas e ausências da realidade.
Como tratar esses seres psicóticos? Como um autoritário e dominador número 1 ou como um pacificador e harmonizador número 2? O padrão ainda em vigor é o opressivo e autoritário número 1. Ou, quem sabe, se já não poderíamos traduzi-lo como sua conseqüência kármica mais imediata, o número kármico 19!
Creiam-me, atentos leitores, que os esquizofrênicos podem ser rotulados e discriminados, recolhidos a clínicas cruéis e ultrapassadas, mas eles serão sempre ícones do criativo, inspirador e romântico número 3. Os esquizofrênicos fogem de uma realidade que não suportam, e buscam, em sonhos e fantasias, o seu mundo perfeito, numa perfeita ação do número 3.
Não nos importam os falsos rótulos ou os diagnósticos corretos, nem mesmo, se os tratamentos são os ideais ou não, deveremos tratar o nosso semelhante como parte da nossa existência, como um dos componentes do sistema interativo e envolvente, a que denominamos humanidade.
Se o nosso semelhante apresenta desvios de comportamento, que tal questionar se não seríamos nós que estamos fora de rumo e provocando as angústias psicóticas daquele ser? Por que motivo, uma atitude de exceção estaria errada, e as que seguem as regras gerais seriam corretas?
Quantas verdades foram desmascaradas através do tempo! O número 7 não deixa a mentira prevalecer, ele pesquisa, estuda, se isola do mundo e reaparece com uma teoria que contraria as falsas verdades e transforma as antigas verdades em comprovadas mentiras.
Ah, meus aprendizes, se todos se comportassem como o altruístico e humanitário número 9, os esquizofrênicos não existiriam, pois ninguém iria inventar um mundo melhor para se viver do que o mundo físico deste planeta sagrado chamado Terra!
Pensai bem, antes de chamar alguém de louco. Colocai a mão na consciência, antes de internar um parente ou um amigo num asilo de loucos. Não importam os nomes que se dão a essas casas, algumas com seus nomes modernos só procuram encobrir a triste realidade que sempre se fez presente nos tradicionais hospícios. Muda-se o rótulo, mas o conteúdo é o mesmo.



quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O DIA EM QUE O MUNDO VAI ACABAR

Meus fiéis, preocupados e amedrontados leitores, eis a pergunta que está engasgada na garganta da humanidade – “quando será o fim do mundo?”. A resposta mais imediata seria “no dia em que a última criatura humana abandonar o corpo físico”.
Pensemos juntos, meus sábios seguidores, e imaginemos um mundo sem ninguém, sem vida, sem humanos, sem animais e sem vegetais. Uma Terra desértica e sem movimento.
O movimento surge aqui, de repente, como um sinônimo de vida. Tu já pensaste nisso, questionador leitor? Sem movimento não há vida, sem vida não há movimento.
Ah, meus queridos aprendizes, vós sabeis que o número 5 é o número do movimento, é ele o responsável pelas mudanças, pelos impulsos ativos e pelos conflitos, pelas crises e pelo caos.
Diz-se que o mundo nasceu da ordem, em meio ao caos. Deus teria ordenado que se fizesse a luz, a energia que geraria a matéria à medida que fosse ocorrendo a densificação dessa energia.
Percebestes atentos aprendizes que o número 5 conduz o mundo de volta ao caos, de onde ele surgiu pela imposição da ordem? A ordem, a lógica, a matéria densa, o número 4, controlou o número 5, a dispersão, a desordem, o caos, e fez surgir vida na Terra.
Se o raciocínio estiver correto, a inversão da ação levará o mundo de volta ao caos, ao nada. Se o caos foi ordenado para que houvesse vida na Terra. A ordem ao ser mudada, subvertida e desordenada, retornará ao caos, ao fim da vida.
Estamos diante de um grande conflito, meus atônitos leitores, de uma crise definitiva, a que opõe as energias do número 4 às, do número 5. Quem vencerá? A ordem ou a desordem?
No início era o Nada, o Vazio, o Caos. A voz de Deus ordenou que se fizesse a Ordem, e Ele que é o Todo fez surgir a Vida. Em linguagem numerológica, diríamos que o Poder da Tríade, expresso pelos números 1-2-3, deu uma Ordem, o número 4, que acabou com o Caos, que é o número 5, e a partir de então a Família Humana, o número 6, passou a habitar a face da Terra.
Que Poder é esse da Tríade? Nada mais nada menos do que Pai-Mãe-Filho, a Tríade Divina, o Poder Criador. Opondo a Riqueza Mental do conhecimento espiritual oculto à Riqueza Material das posses físicas, a Família Humana tem sofrido com guerras, misérias e doenças, entre o poder interior e o exterior.
A Salvação da Família Humana está no número 9, no poder exercido a favor do bem estar coletivo, na prática de servir e não ser servido, no amor ao próximo e na visão de todos os seres vivos como uma única família, a Humanidade.
Parece uma equação complexa, mas é simples. Depois de decifrado o enigma, aplicá-lo parece simples, mas não é. Estamos num mato sem cachorro, ditado antigo que logo poderá transformar-se numa triste realidade, pelo extermínio lento, mas inexorável, das espécies animais.
O mundo poderá sobreviver ao caos, para o qual caminha? O mundo poderá retornar ao caos, de onde veio? O mundo poderá atingir uma nova ordem, superior a que se estabeleceu com a superação do caos primordial? O mundo poderá prosseguir no seu avanço cósmico ou retroceder, estagnar ou simplesmente desaparecer? Questões em nossas mãos.
O número 5 está mais uma vez traçando os rumos da raça humana. Ele pede mudanças, mas para o progresso espiritual. Ele cobra movimentos, para frente e para o alto. Ele estimula atos de ousadia, mas com respeito ao direito de todos. Ele sugere riscos, sem que se exponha a integridade alheia.
Creio que os meus dedicados aprendizes nunca pararam para comparar o número 5 com uma força divina criadora e transformadora, como o alfa e o ômega, o início e o fim de tudo. Meus atentos matemáticos, o número 5 é o fiel da balança. Antes dele, a partir do líder nº 1 e até o lógico nº 4 os números projetam o sucesso material. Depois dele, desde o amoroso número 6 até o humanitário nº 9 todos falam de progressos espirituais.
O mundo depende do número 5, ainda que possa parecer estranha essa dependência, por não ser este um número que transmita idealismo espiritual. O fato de estar no ponto de equilíbrio determina um fator de domínio sobre os movimentos e as mudanças, o que lhe dá um poder de controlar as ações e reações da raça humana.
Se o movimento for construtivo, o mundo evolui. Caso contrário, as mudanças determinarão o final de uma Era, com a sensação de fim de mundo. Quem é o responsável pelos movimentos e pelas mudanças, senão a própria criatura, o beneficiário direto do progresso da raça humana!
A resposta à pergunta inicial está nas mãos de todos nós. Se provocarmos movimentos que promovam evoluções e progressos, o mundo cresce e a raça humana evolui. Se insistirmos em ações destrutivas e predadoras, o mundo, um dia, irá acabar. Quando será este dia? Isto só depende do que se fizer ou se deixar de fazer, para acelerar ou reduzir o tempo de chegada. Um dia, porém, o último deixará a Terra, e o mundo terá acabado.
Será que é isto que a humanidade está esperando, quando tanto pergunta sobre esse dia fatídico? Será que a raça humana irá permitir esse fim de mundo? E Deus, não entra nessa equação futura? Sim, entra sim. Mas, Ele só está acompanhando tudo isso, e muito de perto.
A salvação sempre virá através do número 9. Seres salvadores estão nascendo a cada momento, e são conhecidos nos meios herméticos por crianças índigo. Esses seres são os futuros Cristos, os salvadores da humanidade. Por eles, o mundo nunca terá fim.
Os mestres estão voltando para governar o planeta. O líder governante nº 11, o sábio instrutor e planejador nº 22 e o caridoso, humanitário e crístico nº 33, se reunirão, uma vez mais, e darão um novo impulso de crescimento para a humanidade terrestre.
Que a salvação chegue antes da destruição, é o que esperamos todos nós, discípulos e adeptos dos Mestres. E que cada um de nós não deixe de fazer a sua parte. Paremos de só pensar no fim, e nos dediquemos ao reinício de tudo. Assim como é em cima, é em baixo.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ALMA OU ESPÍRITO?


Meus fiéis leitores, eis-nos mergulhados em novos questionamentos, daqueles que nos colocam, sem que queiramos provocar os crédulos ou crentes, em situações polêmicas. O que fazer, porém, se o nosso dever é relatar o que ouvimos de nossos Mestres, através dos tempos!

De um modo geral, poucos religiosos, e alguns estudiosos das doutrinas místicas, sabem distinguir a Alma do Espírito. Eles se confundem, quase sempre que vão empregar uma ou outra terminologia, por julgarem tratar-se de palavras sinônimas.

Devemos admitir que, as religiões não ocupam muito tempo a orientar seus seguidores, quando a questão é a constituição espiritual do homem. A maioria delas se contenta com a divisão do homem em corpo e alma. E quando falam da alma, ora tratam-na por este termo, ora denominam-na espírito.

Nesses assuntos, que exigem maior aprofundamento das pesquisas e uma abordagem menos convencional, a Igreja e o Estado costumam usar posturas semelhantes, confundindo bem mais do que esclarecendo.

A ação é proposital, e tem a intenção de desviar a atenção dos seus crentes ou dos seus cidadãos, para verdades superficiais, enquanto escondem o principal. Em ambos os casos, o interesse é o mesmo – promover o medo, alimentar a ignorância ou sustentar o poder.

A igreja rotula essas verdades principais de Mistérios, e para não discuti-las, alega estarem fora da compreensão humana. O Estado, apegado a justificativas semelhantes, utiliza o rótulo SECRETO, e se nega a discutir o assunto, em nome da segurança nacional.

Quem são esses super-homens que se dão ao direito de separar o que pode do que não pode ser informado? Presidentes, Ministros e Generais? Papas, Bispos e Cardeais? Quem São eles e quem lhes deu esse direito?

Deixemos de lado os segredos de Estado, para o blog “Pistas no Caminho”, e tratemos aqui, dos mistérios da constituição humana.

As religiões em geral e as seitas ligadas a fenômenos mediúnicos costumam confundir a Alma com o Espírito. Em seu livro “Iniciação Humana e Solar”, a teosofista Alice Bailey define como tríplice, a constituição humana: Mônada, Eu Superior e Eu Inferior. Pitágoras definiu essa constituição da mesma forma, porém com uma terminologia diferente: Espírito, Alma e Personalidade.

A Mônada é o Espírito Divino que se faz presente em toda criatura humana. É à Mônada , à qual nossas Almas estão ligadas, cada grupo de criaturas à sua respectiva Mônada. E todas as Mônadas à Divindade Superior, numa escala hierárquica que não tem fim.

Devido o seu nível de consciência muito limitado, o povo da Terra mal consegue lidar com a Personalidade, quanto mais se conectar de forma consciente à sua Mônada. Acessar a Alma já é uma conquista para muito poucas criaturas, já que a maioria não consegue se identificar com o seu verdadeiro “eu”, o seu Ego Superior.

A Personalidade, seguindo ainda a definição da Alice Bailey, também possui um aspecto tríplice: Corpo Mental, Corpo Emocional e Corpo Físico. E a quase totalidade da raça humana só consegue transitar nesses três planos, que vai do físico, passando pelo emocional e chegando ao mental concreto ou racional. Daí em diante, o vazio, ainda que muitos pensem o contrário.

As decisões são tomadas sem que se acesse a Alma, ficando por conta da Personalidade, o rumo a ser tomado, que caminho seguir ou que atitude tomar. E como a Personalidade somente atua nos três planos inferiores, as decisões tomadas buscam satisfazer apenas o corpo físico, os sentimentos e emoções e a lógica e a racionalidade.

Os ideais espirituais, que sinalizam para as nossas Missões neste mundo, ficam distantes e inacessíveis, mesmo entre as pessoas que se dizem religiosas. Essas pessoas, de um modo geral, professam crenças religiosas inspiradas por valores lógicos e racionais, sem nenhuma inspiração intuitiva ou espiritualizada.

O Deus delas é criado em suas mentes, de acordo com o nível de consciência de cada uma delas. Esse Deus está muito mais próximo do que elas pensam e sentem, do que um Ser Superior ao qual elas buscam imitar ou Nele se inspirar.

A Alma só começa a ser acessada e sua força se fazer sentir, entre aqueles que são espiritualmente mais evoluídos, que conseguem receber dela a orientação para a ação da sua Personalidade. E isso é conseguido, não com orações e promessas, mas com atitudes dignas de um verdadeiro iniciado.

Diz-se, na literatura esotérica que, somente após atingir o nível iniciático de terceira iniciação é que a Alma passa a controlar o seu Ego Inferior, a Personalidade. E isso demanda inúmeras encarnações e ilimitados aprendizados e experiências.

Diante disso, pode-se concluir o quão distante estamos de acessar o Espírito por vontade própria. Quando essa conexão vem a ocorrer, dá-se por vontade superior, por graças concedidas à Alma pelo Ego Divino, que vislumbra nela os primeiros raios de luz.

A Alma é a entidade espiritual que está num permanente processo de evolução, através de sucessivas encarnações no plano físico, para onde ela vem em busca de experiências.

A Personalidade é o corpo de energia no qual a Alma encarna, e que se desintegra após o ciclo de experiências da alma, a que chamamos de vida.

O Espírito é a Consciência Superior que alimenta a Alma, com ideais e inspirações de perfeição, motivando-a a evoluir e a buscar novas escalas de valores, num processo de crescimento e amadurecimento que não tem fim. Ele é o Deus que habita em cada um de nós, e que não está fora, mas dentro de nossas Almas.

A Alma não é o Espírito, mas o Espírito está na Alma. E da mesma forma, a Personalidade não é a Alma, mas a Alma está na Personalidade. Esta é a verdadeira e sagrada teia divina: a Personalidade ligada à Alma, e dela se alimentando; a Alma ligada ao Espírito e nele e com ele evoluindo.

De agora em diante, meus assíduos leitores, muitos poderão desconhecer a diferença entre Alma e Espírito, mas não vós. Quando presenciardes tal confusão, ensinai a verdade, para que essa confusão não retarde a evolução dessas Almas.

Lembrai-vos que, as portas do Nirvana estão abertas para alguns poucos, mas somente quando todos forem dignos de penetrarem através delas, o que primeiro lá chegou poderá atravessá-las completamente e celebrar a evolução da raça humana do nosso planeta.

Nós não existimos sozinhos, separados uns dos outros. Somos reconhecidos, pelas Hierarquias Sagradas, como Humanidade, que também é um significado oculto, para a presença da Criação Divina na Criatura Humana.

Pensai nisso, meus atentos leitores, e não vos descuideis jamais. Não vos deixeis enganar. Pai, mãe, irmãos, parentes, amigos, inimigos, todos sem exceção, não existem fora de vós, eles são manifestações distintas de uma entidade única – a humanidade.

Agora, sem mais confusões de identidade, que cada Alma caminhe mais celeremente em direção ao Espírito. Ela fala conosco, e nós não a ouvimos. Ele fala com ela, e nós não O seguimos, porque não estamos conectados com ela. Que tristeza!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FOGO! OU MATO OU MORRO

TEIA AMBIENTAL - Incêndios Florestais
Rede de Conspiradores Preservacionistas


Meus conscientes e fiéis leitores, eu vos confesso que chego a esta última postagem ambiental do ano, um pouco mais cansado do que deveria, ou gostaria de estar. Acontece que são poucos, muito poucos, a carregar nas costas a responsabilidade de manter a vida na Terra.
Existem certos momentos que me sinto como se tivesse de tomar conta de um bando de suicidas. Uma pequena distração, e lá está um deles querendo atirar-se de cima da ponte. Salvo este, e mal tenho tempo de salvar outro, prestes a se atirar na linha do trem. E assim, nesse corre-corre, alguns são salvos, mas não todos.
Os que se perdem deixam-nos o consolo de que ainda resta esperança para os que ficaram. Creio que melhor seria dizer, consolo para mim que estou mais do que ninguém precisando de um fio de esperança para prosseguir na luta.
Liga-se a televisão e se vê florestas sendo consumidas por incêndios que parecem querer devorar tudo à sua volta. Acessa-se a internet, e lá vem notícia de incêndios que matam e que acabam com a vida animal numa vasta extensão de terra.
Há pouco tempo, um incêndio dizimou uma grande concentração de árvores na serra da Mantiqueira, na altura de Itatiaia. O responsável foi um pobre coitado que se desculpou, pois ele só estava limpando o pasto. O que fazer com uma criatura dessas?
Agora, acabo de saber que um incêndio gigantesco devastava tudo à sua frente, em Israel. E lá estava a responsável pelo fogo, uma mulher que, sabe-se lá, porque motivo resolveu acender um foguinho num local impróprio.
A humanidade não agüenta mais, tantas desculpas e tamanhas irresponsabilidades. Os ignorantes e pobres coitados lavradores ainda acreditam que queimar o pasto é o caminho mais rápido para preparar a terra para o plantio. Os pecuaristas, homens com dinheiro e sem coração, devastam o que encontram no caminho de suas criações, botando fogo em florestas e destruindo reservas ambientais sem dó, nem piedade.
As leis punem os ricos com multas irrisórias, que eles preferem pagar e prosseguir queimando tudo, por representar um custo muito menor do que contratar máquinas para limpar os terrenos.
Confesso-vos, meus caros leitores, que eu já nem estou questionando essas práticas nocivas e criminosas de criar animais para serem sacrificados e terem seus cadáveres nas mesas dos homens, para saciarem seus ímpetos de carne e sangue.
A minha cansativa ladainha, que se repete a cada ano, é para que não se permita a limpeza de pastos e de campos agrícolas, mediante a queima do capim. O clima seco da época em que todos resolvem fazer a sua limpeza, encarrega-se de transformar uma fogueirinha num incêndio de grandes proporções, acabando com mais uma área de florestas.
Na Califórnia, os incêndios ameaçam as casas dos ricos, mas quem senão o homem tem culpa dessas queimadas! Depois da terra em cinzas, não adianta chorar a mansão torrada, nem a nascente destruída. As florestas estão diminuindo, enquanto os incêndios não param de crescer.
As autoridades ameaçam com leis, mas não parecem ter muita convicção de que um incêndio aqui e outro ali seja tão prejudicial assim. Na prática, criam-se leis, na teoria acredita-se que a situação foi resolvida. E, a cada ano, são menos florestas, e mais pastos.
Muitos fingem acreditar que por uma estranha coincidência, o incêndio destruiu uma floresta exatamente na terra de um pecuarista que estava doido para espalhar o gado no meio da Reserva. Queimada a floresta, nada mais impede o dono da terra de nela espalhar o seu gado. E ano que vem tem mais.
Esses pretensos cidadãos ou empresários do caos ainda acreditam que o que é bom para eles, é bom para a nação. E defendem o seu direito de destruir florestas e incendiar as matas na forma da Lei, através de seus representantes no Congresso.
Eles e seus deputados não passam de incendiários, que destroem Reservas Ambientais por conta da ganância que alimenta os seus ideais de lucro a qualquer preço.
Eu realmente cansei de ficar repetindo este lengalenga todo dia 7, e abrir a página dos noticiários e encontrar discursos de empresários defendendo a ocupação de extensas áreas da Amazônia, por conta de crescimentos econômicos e progressos industriais.
Quando não é o agricultor é o pecuarista. E quando não é um nem outro, vem o Governo com uma nova usina hidrelétrica que precisará acabar com não sei quantos acres de florestas e desviar quilômetros e mais quilômetros de rio.
Cansei sim, mas não desisto de lavrar o meu protesto. Que pelo menos um dia no mês, alguém leia o meu edital de condenação desses piro-maníacos, que querem mesmo é ver o circo pegar fogo. E nesse incêndio circense, o ambientalista faz sempre o papel do palhaço.
Por esse ano, chega de falar de coisas ruins na escala ambiental. A Amazônia foi menos atacada durante o ano de 2010, do que vinha acontecendo nos últimos 15 ou 20 anos. E nem importa o período correto, pois em questões ambientais comemoram-se meses, dias e horas.
Deixo-vos na certeza de que a Teia Ambiental fez a sua parte durante o ano de 2010. Somos poucos, mas somos fiéis aos nossos ideais preservacionistas. E, tu que estás calado e pensativo, meu indeciso leitor, quando virás incorporar-te ao nosso grupo?