sábado, 30 de abril de 2011

POR ONDE ANDAM OS ADEPTOS DOS MESTRES?

Meus queridos leitores, muitos têm falado de um novo tempo quando 2012 chegar, mas poucos têm noção do que isso quer dizer. As mensagens de seres mais evoluídos voltaram a aparecer, dando o tom das mudanças. Quem são esses seres, o que eles pretendem e quem são os receptores dessas mensagens?

As pessoas comuns precisam de um clima para criar suas fantasias, e insistem em prosseguir buscando externamente, o que só serão capazes de encontrar dentro de si. É mais fácil acreditar na mensagem de um ser do espaço, do que no seu Deus Interno.

Aquele que precisa ler ou ouvir mensagens atribuídas a seres de outros mundos, para se convencer da necessidade de se transformar para se salvar, não seria digno de nenhuma salvação, se essa salvação, porventura, existisse do jeito que se imagina.

Como dizia o meu mestre físico, o psiquismo faz coisas que até Deus duvida. O misticismo barato é confundido com os ensinamentos místicos, e por isso vem proliferando, pela internet, toda sorte de vaticínios que jamais se confirmarão, por não passarem de pesadelos absurdos, criados por mentes atormentadas pelo medo.

As mensagens verdadeiras têm destino certo, e dizem respeito ao destinatário, e não ao mundo inteiro. Aquele que recebe uma mensagem deve interpretá-la e respeitá-la, e, se possível, cumprir a sua missão.

Quem são os senhores da Terra? Serão os seres de outros mundos? Mas, afinal, que seres e que outros mundos são esses? E mais, quem são os canais que estão recebendo mensagens marcando dia e hora de acontecimentos, que nunca se confirmam?

Os Mestres Ascensionados são os regentes da evolução humana no planeta Terra, e se comunicam, através dos seus Adeptos, com os discípulos dos seus Raios. Os discípulos, quando são contatados por esses Adeptos, deverão servir de canais para que as mensagens dos Mestres sejam respeitadas e praticadas.

Os discípulos não são âncoras de estações cósmicas que apresentam os boletins de notícias futuristas, dando ciência do que esteja acontecendo ou o que vá acontecer. O papel dos discípulos é incorporar as mensagens às suas consciências espirituais e expandir o nível de consciência da humanidade, pelas mudanças de suas condutas.

A febre mensageira planetária tem atingido as raias do absurdo, com mensagens eivadas de imagens despropositadas, cobrando mudanças coletivas impraticáveis, inspiradas nos mesmos temas que se arrastam no Inconsciente Coletivo há séculos ou, até mesmo, milênios.

As pessoas que não possuem o menor discernimento para avaliar o conteúdo das mensagens acreditam que foram agraciadas por um dom divino, e saem como estafetas do apocalipse, a noticiar em manchetes sobre o futuro da humanidade. O futuro é sempre negro e fala de desgraças catastróficas, como se elas já não estivessem ocorrendo, desde que a criatura humana pôs os seus pés na superfície terrestre.

O medo toma conta do leitor, que não suportando o pavor solitário, espalha a ameaça que paira sobre todos nós, aos quatro ventos. O resultado é que ninguém sabe como escapar da tormenta cósmica que se aproxima, e fica tolhido na sua aparente insignificância, querendo ver para crer.

A profecia se confirma a cada dia, pois, se ninguém toma atitudes para reverter esse quadro lastimável, provocado pelo próprio homem, e o qual só ele pode reverter, nada irá mudar, e não haverá viajante do espaço que perca seu tempo em resgatar criaturas egoístas e que só pensam em salvar a própria pele.

As pessoas precisam parar de esperar que outros façam o seu trabalho. Já é tempo de parar de olhar para o céu, aguardando naves de resgate, e passar a procurar a sua salvação, através do seu Deus Interno, alojado dentro do seu coração.

Se cada qual não fizer a sua parte, os Mestres não terão a quem convocar para a verdadeira missão de introduzir novos hábitos junto às populações e espalhar os conhecimentos que virão promover as mudanças indispensáveis à sobrevivência da humanidade. Os Mestres só entram em contato direto com seus discípulos, quando eles atingem um nível de consciência que permita a sua conexão com o elevado padrão vibratório do seu Mestre.

A humanidade ainda permanece muito distante desse momento de Iniciação Espiritual, quando o Mestre penetra na mente do discípulo, e convoca-o para o trabalho missionário. Essa missão passará a ser, então, a única razão de vida para o discípulo, que a ela dedicará todos os seus esforços.

O discípulo assumirá, a partir daí, a sua Missão de mestre, que já lhe era destinada desde que nascera, e que, só então, com o aval do Mestre, ele estará capacitado a realizá-la com plena consciência do que ela venha a ser.

Essas Missões são tratadas na Numerologia da Alma como as Missões de mestre, simbolizadas pelos números 11, 22 e 33. Aqueles que encarnaram com esses números mestres presentes na Missão foram escolhidos para assumir essas tarefas, desde muito tempo antes de reencarnarem.

Essas criaturas predestinadas não tinham a menor consciência de quem eram, até que o seu Mestre tocou-lhes o ombro e convocou-as a segui-Lo. Elas não traziam vivas na memória as suas vidas a serviço do Mestre, e só passam a lembrar dessas vidas passadas, no momento em que o Mestre as desperta para a Missão.

Toda a humanidade está ligada a um dos Sete Raios, mas são poucos ou quase nenhum, os que estão preparados para servir o seu Mestre. Serão esses seres que se tornarão líderes em suas comunidades e que semearão a palavra do Mestre.

Essas criaturas ainda adormecidas não estão nas Igrejas, não estão nos Templos de Seitas Secretas, muito menos nas Universidades, e menos ainda em naves espaciais, enviando mensagens para a Terra. Elas estão no meio de nós, elas, somos nós.

A ignorância provocada pelo excesso de materialismo e pela ganância de riquezas afasta o homem da Divindade, deixando-o fora do alcance do seu Mestre Espiritual. E esse afastamento torna impossível ao discípulo ouvir o Mestre, fazendo com que seus ouvidos só captem a barulheira grosseira que prevalece no linguajar chulo da sociedade moderna.

Desista, meu iludido leitor, de esperar salvação vinda dos céus. Esqueça essa história de mensageiros marcando datas de resgate e naves que irão levá-lo para um planeta onde reinará a paz. Creia que não é o planeta que faz as guerras ou que se polui, mas são aqueles que o habitam, os responsáveis pelo caos. E se tu fores levado a outro planeta, sem mudar a tua consciência, farás lá, a mesma bagunça que fizeste aqui.

Corrige-te, e a paz chegará a Terra. Disciplina-te, e o planeta será isento de poluição. Salva a ti, pois só assim poderás salvar a humanidade.

Os Adeptos também são todos vós, que tendes Missão de mestre, mas que não tendes consciência do vosso valor. Somos exatamente aquilo que julgamos ser. Acreditamos apenas no que queremos acreditar.

Eu vos digo como os Mestres sempre o disseram: “Vós sois deuses.”

Crede se quiserdes. Ou se preferirdes, prossegui, olhando para o céu e aguardando novas mensagens de seres do espaço.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A ASCENSÃO ESPIRITUAL

Meus amáveis leitores, eu vos confesso não ser uma jornada simples e fácil, a ascensão espiritual, a que todos nós, numa época de nossas vidas, nesta ou em futuras encarnações, almejaremos, sem saber explicar as causas e os ideais que motivam as nossas transformações.


Inspirados pelo Espírito, tudo abandonaremos e ficaremos entregues a toda sorte de percalços e enfrentamentos psíquicos, ambicionando, única e exclusivamente, o nosso progresso espiritual.

O nosso ego personalista, que antes reclamava de tudo que o contrariava, sofrerá profundas mudanças, até ser capaz de aceitar e reconhecer como naturais as adversidades por que vier a passar e justas as perdas sofridas. Aquele que, antes, se rebelava contra os sofrimentos e as desgraças pelas quais ele e todas as pessoas que considerava gente de bem eram forçados a enfrentar, passa a adotar outro discurso. Ele reconhece que não há injustiça, quando uma doença ou um desastre provoca sofrimentos em nossas vidas. Ele toma consciência que não existem efeitos sem causas, e em lugar de se lamentar ou se revoltar, ele aceita a dor, como punição de um ato incorreto desta ou de outras vidas. Ele procura refletir com humildade, em busca das razões da sua dor, e não descansa enquanto não encontrar a resposta que o ajude a se corrigir, e não mais repetir o mesmo erro.

O desânimo e ocasionais desalentos são superados pela determinação da Alma de se reencontrar com o Espírito. Essa busca espiritual é o que os cristãos chamam de comungar com o Cristo, e os místicos de penetrar na noite escura da Alma. Não se pode chegar a Deus, sem passar por transformações interiores, que nos colocam diante do medo de enfrentar a escuridão ou a cegueira pela intensidade da luz divina.

Os postulantes da Tradição do Sol, antes de ser aceitos pelos mestres da magia, sempre foram abandonados à própria sorte, no meio de uma floresta, e lá passavam a noite, sozinhos e sem saber onde estavam, convivendo com seus medos físicos e espirituais. Eles temiam os animais selvagens que circulavam ao seu redor e as sombras silenciosas das árvores que se mexiam ao sabor do vento.

O Mestre Jesus teve de passar 40 dias e 40 noites no deserto, sendo tentado por seus demônios interiores, antes de começar a sua peregrinação crística. O apóstolo Paulo se deparou com a luz divina e sofreu com a cegueira física, até que fosse capaz de vencer a sua cegueira espiritual.

A realidade, meus fiéis leitores, é que não há obstáculos que possam desviar a criatura humana da sua peregrinação em busca da sua ascensão espiritual. Como afirmava Pitágoras, e tão bem reproduziu o sábio Dr. Paul Carton, na sua sagrada obra Vida Perfeita, o peregrino sabe que quanto mais severa a provação, maior será o seu aprendizado; quanto mais íngreme a escalada, mais alto ele pode subir e quanto mais penoso o esforço, maior será a recompensa.

Aquele que não se revolta diante dos reveses, não padecerá sofrimentos atrozes. E mesmo que por mais sofra, confia no seu poder de atrair o melhor para si, e rapidamente perceber a causa do sofrimento, reparando-a e libertando-se de seus efeitos.

O que possui a fé e se dispõe a seguir o caminho da ascensão espiritual passa a conviver com poderes ocultos, que lhe dão domínio sobre o mal e sabedoria para enxergar as verdades que estão distantes dos olhos dos homens comuns. Ele passa a dominar os meios de cura para os males do corpo e da alma, e se tornam imunes a doenças e maus agouros.

O peregrino, enquanto caminha, reflete seus conhecimentos adquiridos noutras vidas e absorve ensinamentos colhidos ao longo do caminho. Ele toma consciência de que nenhuma obra humana é inteiramente boa, nem completamente má. Ele percebe que nenhuma opinião é integralmente verdadeira ou falsa.

Saibam os meus atentos leitores que, nas mais sábias doutrinas, há minúcias inexatas, e sempre haverá uma parcela de verdade, nos mais graves dos erros. Nenhuma das atitudes humanas merece, por essas razões, nem aprovação absoluta, nem irredutível condenação.

O Bom, o Perfeito e o Verdadeiro só existem na Criação Divina. As criaturas humanas buscam alcançar a Verdade Única, para realizar a tão sonhada comunhão com Deus. Todo o processo de busca e peregrinação desperta sem aviso, nem efeitos especiais. Um dia, de repente, acorda-se diferente, vendo o mundo com outros olhos e sentindo-se a si como um novo ser, que morreu e renasceu em vida.

A ascensão começa aí. O processo é conhecido como Iniciação, por conduzir o impulso do despertar da Alma para dentro de si, e não para atos externos. Esta ação é a jornada solitária pela noite escura, de que falam os místicos e os magos. É a mesma caminhada para o centro do coração, onde ocorrerá a divina comunhão com o Cristo Interno.

Meu pensativo leitor, se tu te sentes incomodado com os valores mundanos e manténs distância das ambições materiais que influem nas atitudes dos teus pares, tu podes estar dando os primeiros passos na tua jornada espiritual. Não estranhes, se sofreres mais do que antes, se adoeceres mais amiúde e se padeceres as dores do parto do nascimento de um novo ser, que é gerado por ti e que será o teu novo ego.

A estrada do peregrino é longa e, nos primeiros passos, a caminhada costuma ser muito dolorosa. Os nossos erros afluem à mente, e nos confrontam ameaçadores. O corpo físico é exposto a energias mais fortes, e pode se sentir abalado ou, pelo menos, ameaçado. Nada, porém, se assemelha ao estado de conforto e bem estar que a alma passa a expressar em suas reações diante desse novo ego que está a servi-la.

A perseverança purifica a mente e cura o corpo. Os sublimes ideais que passam a alimentar a vida do peregrino tornam-no um discípulo do seu Mestre Espiritual, que se conecta com ele, e passa a zelar por sua ascensão de modo direto, sem intermediação.

Creia-me, atencioso leitor, o que aparentava ser uma fraqueza ou doença é o limiar de um processo de ascensão espiritual, que levará o peregrino a atravessar sem medo a longa e escura noite da Alma e conduzi-lo ao centro do peito, onde entrará em comunhão com o Cristo, não importa qual seja a tua religião ou em que realmente acredites.

O teu Mestre permanecerá ao teu lado, não importando por que nome hás de tratá-lo. A tua saúde se fortalecerá, dispensando médicos e remédios. A tua fé amadurecerá, sem que tenhas de declarar a que igreja pertences. Tu te tornarás dono da tua Alma, para que possas entregá-la ao Espírito, que é o teu próprio Deus.

Permanece atento, pois o nosso Mestre não marca lugar nem hora, para esse encontro. A tua ascensão pode já ter começado, e tu nem teres reparado. Logo, porém, irás perceber alguns dos sintomas mencionados, e então tu saberás que tem sido dele, a voz interior que tens ouvido na mente.

Agora, é só aprender enquanto caminhas. E não deixes de ensinar a quem peça conselhos e conhecimentos. Depois que o Mestre reata sua ligação com o discípulo, ele já pode ensinar e abençoar, em nome do Mestre.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O JOIO E O TRIGO

Meus religiosos e fiéis seguidores deste espaço espiritual, o juízo está cada vez mais próximo. Não o final, mas o que irá separar o autêntico do falso, o sincero do fingido, o quente do frio, o bom do mau, o joio do trigo.

A humanidade caminha lenta e inexoravelmente para os momentos de definição, de quem é quem, e nem importa quem é o que. Já não é mais possível conviver com a hipocrisia, e os números estão aí mesmo para comprovar que não há muito mais tempo para se escolher de que lado ficar.

O meu mestre físico dizia que ele não conseguia aturar o morno, ele preferia o frio ou o quente, mas rejeitava todos que viviam em cima do muro. Na numerologia, o que prefere permanecer pendurado no muro, sem decidir de que lado fica, é reconhecido como um aspecto negativo do número 2.

Desejo pedir-vos, caros leitores, para que pensais bem sobre o que vou dizer, e que não me venhais a crucificar, por me achar um herege. Eu pensei bastante, antes de chegar a esta triste conclusão que compartilho agora com todos vós.

O que de pior está acontecendo no mundo não é culpa dos maus, não pode ser atribuído aos ditadores insanos, nem aos corruptos e nem mesmo aos criminosos violentos. A culpa é dos bonzinhos, os estereótipos do verdadeiro número 2.

A verdadeira dignidade dos seres de Alma dois é tamanha que os encontraremos espalhados pelo mundo, pregando a paz, celebrando tratados ou mediando conflitos entre patrões e empregados, entre governantes e governados. Ser um número 2 é rejeitar soluções violentas e dar as mãos ao inimigo, e nunca reagir com vingança às agressões. Isto é prova de coragem, jamais de covardia.

Os seres que são governados por impulsos de energias inspirados no número 2 são bondosos, generosos, pacientes e tolerantes. Mas, não são omissos, nem fingidos, dizendo que tudo está bem, quando sabem que as coisas estão indo de mal a pior.

Os filhos da energia yin são bons, mas não são bonzinhos. Eles são fortes e corajosos, podendo fazer-se quentes ou frios, de acordo com a temperatura ambiente, mas nunca serão mornos.

Os grandes e verdadeiros responsáveis pelo estado de insolvência moral em que se encontra a sociedade mundial não são os imorais ou amorais, nem os antiéticos e perversos, e nem mesmo os governantes corruptos e os governados subornáveis, mas os bonzinhos, os “coitadinhos-de-mim”, os que nunca desagradam e estão sempre em cima do muro, e de lá não descem nem com terremoto de 9 graus.

Na hora do desastre, eles são os que põem os paninhos quentes, que são contra punições e que propõem anistia geral. Eles são contra as penas “rigorosas demais” por crimes hediondos, mas cobram das autoridades providências contra a criminalidade. Eles são contra discriminações de todos os tipos, mas são radicais nas suas crenças e tentam convencer a todos que só eles estão certos.

Os bonzinhos não fazem mal a ninguém, só a todos. Eles são incapazes de apoiar atitudes que punam os faltosos, por pena ou medo de cometer injustiça, e com isso deixam muitos a correr riscos. Eles nunca são contra, preferem não opinar. Eles nunca dizem sim ou não, sempre talvez.

Essas ações estão minando as sociedades, permitindo que os fortes imponham aos mais fracos a sua lei, seja ela legal ou não. A massa crítica não é formada pelos fortes, nem pelos fracos, mas pelos bonzinhos. São os bonzinhos que, por falta de atitudes, permitem que o mal prevaleça, a injustiça se imponha e as guerras devastem povos e nações.

Pessoas boazinhas, instituições boazinhas, lideranças boazinhas, povos bonzinhos, nações boazinhas estão permitindo tudo que de mal está ocorrendo na natureza e nas sociedades.

As sociedades estão sendo contaminadas por radiação nuclear ou CO2. Guerras civis estão exterminando populações inteiras. E as intervenções internacionais, por parte de países bonzinhos, acabam por matar mais do que as guerrinhas locais e a contaminar mais do que os desastres ambientais naturais.

Confesso-vos, meus bondosos leitores, que estou convicto, como meu mestre físico que já se foi deste plano, que os bonzinhos são difíceis de aturar, e que é bem mais fácil lidar com os maus convictos e enfrentar os seus atos de prepotência e arrogância.

Se tu conheces, meu atento leitor, uma dessas inseguras criaturas número 2 distorcidas e desfocadas, pede a ela que não seja boazinha, mas que assuma a sua verdadeira identidade – BOM ou MAU. Nada de subir no muro. Nada do “não sou contra nem a favor, muito pelo contrário”.

Mostra-lhe, meu diplomático leitor, que ser bonzinho nunca foi ser bom. O bonzinho é cruel com a sociedade, por não assumir suas convicções pacíficas com convicção, e não somar para impedir as bárbaras injustiças que estão sendo cometidas contra a natureza e a humanidade.

Ninguém pede brigas e agressões, só menos omissões. Quem sabe se a sociedade moderna não fica mais sadia, justa e honesta, se os bonzinhos abandonarem os seus dengos de querer a peninha de todos, deixarem de ser “coitadinhos-de-mim”, e decidirem começar a ser, simples e exclusivamente, BONS. Ou, numerologicamente falando, um autêntico, pacífico, corajoso e sincero conciliador número 2.

Assim, os bonzinhos irão para o silo do trigo, e não para o fogo do joio. E a humanidade, enfim, salva pela paz do número 2, agradecerá sensibilizada.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

É PROIBIDO PROIBIR

TEIA AMBIENTAL - É proibido proibir
Rede de Conspiradores Preservacionistas




Meus assíduos leitores da Teia, o mundo está ficando louco. Têm acontecido coisas, por esse mundo a fora, do arco da velha. Eu já nem falo das reações da natureza às agressões ambientais, isso já é manchete superada. Estou a falar das atitudes humanas, de destempero, diante da ganância de tirar dos outros e encher as suas burras. Eles enchem, e nós assumimos o papel delas.

Veja se tem cabimento, meu atento leitor, a notícia que li na internet, há bem poucos dias – AS LÂMPADAS INCANDESCENTES COMUNS SERÃO RETIRADAS DO MERCADO ATÉ 2016. E quem determinou essa aberração autoritária foi uma Portaria interministerial dos Ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio.

Alegam os íntegros representantes desses preocupados Ministérios com o futuro energético do país que a razão é para que elas sejam substituídas por versões mais econômicas. Será que eu li bem, meu econômico leitor? Os Ministérios estão preocupados com a economia do povo? Ou com que outra economia?

Ah, meu desconfiado leitor, tu, assim como eu, já estás começando a encontrar os verdadeiros beneficiários dessa medida, afinal este não é um enigma tão difícil assim. A notícia que vem a seguir me esclareceu as dúvidas, e esclarecerá as tuas também.

Estima-se que a lâmpada incandescente seja responsável por aproximadamente 80% da iluminação residencial no Brasil – o mercado brasileiro consome cerca de 300 milhões de lâmpadas incandescentes contra 100 milhões de fluorescentes compactas.

Segundo os técnicos do Ministério de Minas e Energia, as lâmpadas incandescentes superiores a 40 W serão banidas do mercado até 2016, a não ser que surja uma nova tecnologia que as torne mais eficientes. Com esse mercado nas mãos, não há de aparecer nenhuma indústria com tecnologia que as preserve. Isso só pode ser uma piada de mau gosto, com sabor a amarga e indigesta tecnocracia.

Acredito, e me perdoem os ingênuos leitores, que assinaram essa Portaria, não de caneta na mão, mas de olhos grandes no futuro mercado, as indústrias fabricantes de lâmpadas fluorescentes.

Os argumentos contra as pobres lâmpadas incandescentes seriam de enrubescer o próprio Edson, o gênio criador desse dispositivo simples, capaz de iluminar o planeta inteiro e que nunca se tornou uma ameaça à saúde humana. Mas, que parece ter-se tornado o grande vilão do consumismo energético dos tempos modernos.

Pensem comigo, meus inteligentes leitores, numa fábrica, o consumo das máquinas, compressores, fornos elétricos, refrigeradores, bombas de elevação e outros equipamentos elétricos não são considerados ameaças ao futuro da nação, mas as lâmpadas incandescentes que iluminam os corredores, os refeitórios e os vestiários dos operários, essas parecem ser uma séria preocupação para os técnicos dos nossos Ministérios.

Numa residência de uma família de classe média, os chuveiros elétricos, os aparelhos de ar refrigerado, os freezers, os aquecedores, os televisores, os computadores, todos ligados em pleno funcionamento não valem um segundo da atenção que despertaram as maléficas e consumistas lâmpadas incandescentes. A quem estão querendo enganar? A ti, meu assustado leitor, só pode ser a ti, que a mim, não conseguem.

Conheces as tradicionais tomadas de luz, com dois ou quatro buraquinhos para enfiar os pinos e ligar um liquidificador, uma torradeira, um ferro elétrico ou qualquer aparelho? Não meu caro leitor, elas não podem mais ser encontradas nas casas de materiais elétricos, porque também foram banidas, em nome da segurança nacional. Agora, elas possuem uma reentrância, onde se encaixa o plugue com dois pinos. Alega-se que assim é muito mais seguro, manipular as tomadas, mas só não revelam os riscos que a população corria com as perigosas antigas tomadas.

A realidade é que estamos diante de mais uma dessas decisões que privilegiam a economia em prejuízo da saúde pública. As lâmpadas fluorescentes oferecem riscos comprovados, que até parecem com esses remédios que os efeitos colaterais são piores que as doenças que eles combatem.

A Teia denunciou, antes, através do blog Flora da Serra, e continuará a denunciar essas lâmpadas que são perigosas, quando inteiras, por suas radiações prejudiciais ao organismo humano, e muito mais perigosas, se quebradas, pela contaminação por mercúrio. Mas, quem vê esses riscos, quem está interessado na saúde da população? Se ficar doente vai ao médico, se contaminar toma remédio, se morrer, enterra.

Não se escandalizem com minhas palavras, meus sensíveis leitores, esse é o lema predominante na civilização capitalista moderna, ou talvez também na antiga. Vejam como as nações lidam com as guerras e com seus cidadãos que são enviados aos campos de batalha. A diferença é pequena, acrescente-se ao final, presta-se uma homenagem ou dá-se uma medalha.

Um dia, quem sabe quando, estivermos banindo as lâmpadas fluorescentes, por terem sido comprovadas como danosas à saúde humana. E uma nova Portaria Interministerial dirá algo parecido com esta recente, enquanto as indústrias de lâmpadas estarão faturando horrores para abastecer o mercado nacional que, àquela altura, já terá ultrapassado os bilhões de lâmpadas.

Eu não compro essa bomba de ação retardada, banindo ou não a lâmpada incandescente. A gente que mora na roça sempre dá um jeito pra lumiar o caminho. E tu, urbano leitor, vais baixar a cabeça e obedecer a ordem do Rei?

Eu vou ficar cantando, sem parar, aquela música que o Caetano compôs para um dos Festivais da Record: “É proibido proibir. É proibido proibir...”.