sábado, 13 de dezembro de 2014

ONDE TUDO ISSO VAI PARAR?



                                        
Meus queridos leitores, já tem tempo que não ocupo este meu espaço sagrado para tratar de assuntos que não sejam os ambientais. Pois bem, faço-o agora. E o faço por uma justa causa. Não posso e nem devo me omitir, diante de certa hipocrisia reinante, e que está tomando corpo na educação das nossas crianças.

E me entendam bem que, quando falo das nossas crianças, eu não me refiro apenas às brasileiras, mas a todas as crianças do mundo, que, daqui a um tempo, serão os adultos de amanhã. Por enquanto, elas são aprendizes e nós, os mestres. E o que temos ensinado a elas?

A minha reflexão se inspirou na reação de uma das minhas mais dedicadas e conscientes aprendizes do curso de Numerologia da Alma. Estando prestes a concluir o Curso Superior, e iniciar o Curso de Mestrado, ela se confessou despreparada para se tornar uma mestra passando conhecimentos para uma turma de aprendizes, e talvez, até mesmo, sem a menor motivação de vir a se tornar uma tradicional instrutora de numerologia.

Diante dessa situação, percebi o quanto somos condicionados a rótulos e chavões, do tipo que nos leva a instituir espaços onde devemos ou podemos ensinar. Este espaço é denominado escola ou mais especificamente sala de aula.

Nesses espaços, ensinamos e aprendemos, e saindo dali não seríamos responsáveis nem por uma coisa e nem pela outra. Dentro da sala de aula, o professor tem a obrigação de ensinar e o aluno de aprender, fora dela, não seria dever de quem passou conhecimento dar o seu exemplo e nem estender os seus ensinamentos para parentes e amigos.

Expliquei à minha aprendiz que, no trabalho e no lar, ela é uma exímia e carinhosa mestra, passando conhecimentos e dando exemplos pessoais que ensinam seus parentes e pacientes aquilo em que ela acredita e pratica. Ela é uma terapeuta dedicada e delicada, amorosa e generosa, e cada palavra sua tem um alcance que vai muito além de uma simples teoria ou de uma mera consulta.

Ela entendeu onde eu quis chegar, e assumiu a sua condição de mestra. Ela percebeu que o Curso de Mestrado não faz o mestre, mas busca aperfeiçoar os seus métodos e conhecimentos, de modo que ele tenha cada vez maiores subsídios para a sua sagrada função de passar conhecimentos.

Agora, abandonemos os casos pessoais e entremos no mundo global, onde nos metemos não por acaso, mas por consequência dos nossos atos. Abram os seus computadores, e não importa qual seja a sua preferência, notícias ou rede social, lá estarão os professores desta juventude que está sendo formada à custa de deboches, ofensas, mentiras, grosserias e ódio.

Os jornalistas não mais se ocupam de notícias, eles dão suas opiniões que, na maioria das vezes, não passam de meros palpites. Eles assumem posições pessoais e as transformam em verdades absolutas, graças ao renome do veículo para os quais escrevem. Renome esse, diga-se de passagem, obtido através de mentiras e propagandas enganosas, que tentam convencer, e até conseguem com certo êxito, convencer à maioria dos leitores que eles reportam a verdade, somente a verdade.

A massa, enganada pelas aparências, que nossos ancestrais já sabiam desde os tempos mais remotos, que elas enganam, se deixam levar por boatos e intrigas, fabricados nas salas de edição e orquestradas pelos poderosos donos da informação.

Essa massa, por se sentir todo-poderosa diante da telinha do seu computador, passa a denegrir imagens e difundir mentiras e ódios, que foram engendradas por manipuladores da verdade, banqueiros, empresários da mídia e seus cúmplices mais próximos. Ingênuos e tolos, os propagadores da mentira, escrevem no seu Face tudo que julgam ser um direito deles, e até dever, para que todos possam se indignar e fazer o mesmo que ele acaba de fazer, denunciar e acusar pessoas.

A verdade, porém, como tudo na vida, como nos confirmou a ciência einsteiniana, não é absoluta, mas relativa. E no caso das ofensas e acusações que têm circulado pela rede esta relatividade é inteiramente desprezada pelos “donos da verdade”. Figuras públicas não são apenas criticadas, mas ofendidas e execradas social e politicamente, com palavreado chulo e, em certos casos, inapropriado para ser usado por quem se diz culto ou, pior ainda, religioso.

Estas atitudes e palavras rasteiras, indignas de serem pronunciadas diante de filhos e de alunos, são usadas de forma abusiva por pais e professores. E, muitos demonstram ignorância sem saber de onde vem tamanha agressividade e falta de respeito das crianças e jovens, diante de disciplinas no lar e na escola.

Os pais e professores são os mestres da juventude e responsáveis pela formação da sociedade. E não somente na hora de uma reprimenda em casa ou de uma reprovação no colégio. Os mestres não têm folga, eles atuam vinte e quatro horas por dia, o ano inteiro e por toda a vida.

Não existe o mestre temporário ou o local onde eventualmente se aprende lições, mas que não precisem ser praticadas em outros ambientes. Não existem outros ambientes, tudo é um só ambiente. Não existem mentiras úteis, todas as mentiras têm como objetivo distorcer os fatos.

As redes sociais destilam veneno, os meios de comunicação estimulam o ódio. Nas redes, a verdade pouco importa, ela foi retirada de algum texto redigido por um esquizofrênico ou psicopata, e como caiu na rede ganhou o aval da verdade.

As crianças ouvem os pais e professores destilarem seu ódio falando contra as autoridades constituídas, e tratando-as com termos pejorativos que desqualificam suas funções. Quando não se gosta de alguém, não se medem as palavras ofensivas. E tudo na frente das crianças, dos filhos, dos netos.

Educação, como muitos pensam, é coisa do passado. Qualquer palavra pode e deve ser pronunciada, numa demonstração de liberdade verbalizada com termos ofensivos, e que são alimentados não mais nos bares e nas esquinas da vida, mas nos lares e nas salas de aula.

A palavra respeito pertence ao passado, pois todos se julgam livres para dizer o que bem entendem. E por entenderem tão pouco, tudo que dizem pode ser esquecido por não ter a menor serventia.

Os religiosos, aqueles que falam de Deus e condenam a promiscuidade sexual, alimentam promiscuidades outras que são traduzidas, menos nos atos, e muito mais nos pensamentos e palavras. Os filhos que vêm bondade nos pais passam a acreditar que aquelas condenáveis atitudes do pai e da mãe são abençoadas por Deus. E assim as repetem em sinal de respeito aos pais.

Um dia, os pais são convocados na escola ou na delegacia, e chamados à atenção por atos indisciplinados ou criminosos dos seus filhos. E, sem ter o que dizer, dizem bobagens, atacando a escola e a polícia. Eles esqueceram as ofensas que dirigiram aos métodos de disciplina da escola do filho ou a negação, diante do filho, em fazer o teste do bafômetro quando voltava de uma das festinhas em família, em que o álcool foi consumido como água.

A criança que testemunha as atitudes dos pais é a mesma que vai imitá-los no dia a dia e, mais tarde, já quando adulto. Os pais mentem em casa, os pais são agressivos e mal educados ao se referirem a autoridades. E esperam que seus filhos sejam cumpridores da lei e honestos, por oferecerem a eles uma educação rígida e religiosa. E os exemplos?

De repente, conversando com os amigos, ou numa rodinha após o culto ou a missa, o nosso “homem de bem” exclama: “onde tudo isso vai parar?” A resposta depende de cada um de nós, pois tudo isso está onde só podia estar. Será que ainda se tem dúvida disto!

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