segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

MENSAGEM DE NATAL

Meus queridos leitores e amigos:

O nosso ano 8 está se aproximando do fim. Ele não foi nem melhor e nem pior do que os anteriores e dos que virão após. Nós, sim, podemos ter sido melhores ou piores do que vínhamos sendo nos anos anteriores.

Não é o estudo que nos faz melhor, e nem a religião. Não é a vontade de ser melhor que nos torna mais dignos da admiração e de elogios, mas as nossas atitudes e as palavras pronunciadas com educação e respeito.

A rede social serviu de termômetro para medir a temperatura da espiritualidade da sociedade moderna. E, ao consultarmos o termômetro percebe-se que o mundo está doente, precisando de um tratamento espiritual intenso, para que não seja dizimado pelo ódio e por uma crescente ganância por poder e dinheiro.

O Natal que se aproxima encontra o mundo sob ondas de terror e violência. A fraternidade natalina sente dificuldade de encontrar espaço para deixar sua mensagem de otimismo quanto ao futuro. O que se escrever sobre paz e amor pode parecer falso e hipócrita, como eram as palavras dos escribas e fariseus que pregavam a justiça pela religião, e foram condenados por Jesus.

Quanto tempo ainda, a humanidade vai empregar uma linguagem falsa, para encobrir suas verdadeiras más intenções? Quantos estão preparados para se sacrificar pelos mais fracos e miseráveis? Quem quer a justiça que beneficie a todos, em vez daquela que privilegia somente os que têm o poder nas mãos? Quem deseja, sinceramente, paz e amor para seus semelhantes, independente de crença, raça e cor?

A minha mensagem de Natal vai dirigida para meus aprendizes, discípulos do Mestre Saint Germain, que nos dá proteção e segurança. A minha mensagem vai, especialmente, para aqueles que conseguiram vencer as barreiras que os impediam amar e perdoar a quem lhes fez sofrer.

Eu não celebro o Natal só com os que me amam, mas com todos, até com os que não me querem bem. Desejo que todos tenham, neste findar de mais um ano, uma comunhão amorosa com a família, e que isto se reflita em suas ações generosas, por todo o ano que vem.

Oro pela paz mundial. Oro pela pacificação da sociedade brasileira. Oro pelas famílias, que precisam retomar a sua condição de inspiradora das virtudes humanas. Mas, antes de tudo, oro pelos que sofrem do mal da crueldade discriminadora, que qualifica pela cor, pela fé, pela religião e, até mesmo, pela paixão clubística ou partidária. Que a Divindade, que não tem cor, nem sexo, nem religião, nem torce por facções, tenha piedade desses seres que pregam a justiça através do ódio e das armas!

Com muita esperança na Justiça Divina, e confiante nos movimentos espirituais que, pelo mundo afora, preparam mestres para realizar a grande transformação na face da Terra, desejo a todos um Feliz Natal. E, que 2016 faça jus ao 9 que fará vibrar as energias do planeta, induzindo a humanidade a servir mais do que exigir ser servida, a amar mais do que esperar ser amada.

A energia 9 é caridosa e humanitária, mas não admite ser burlada, enganada ou traída. Esperemos que a energia predominante influencie cada criatura a ser uma digna imagem do Criador. Doando, perdoando e servindo.

Que venha o ano 2016, e que nos encontre conscientes de nossos deveres para conosco e para com o próximo.

Dezembro de 2015.

Gilberto Gonçalves.







segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

TEIA AMBIENTAL - NÃO É PRECISO SER PAPA PARA CONDENAR A ECONOMIA DOS RICOS



Meus caros leitores:
não se pode mais falar de ecologia e ambientalismo, sem mencionar a economia criminosa e suicida que se pratica no mundo capitalista. Quem decidiu tratar do assunto foi, simplesmente, o Papa Francisco, que o fez muito mais como um cidadão comum, do que na sua condição de líder católico. Afinal de contas, não é preciso ser Papa para condenar a economia dos ricos.
 “Em sua última Encíclica, o Papa denuncia a ‘dívida ecológica’, ou seja, o fato de que, extraindo hoje da natureza mais do que ela é capaz de nos dar, acumulamos uma dívida muito maior do que todos os bilhões que os países pobres estão devendo aos Bancos Internacionais e às nações do chamado Primeiro Mundo.
 De acordo com o Professor de Economia Gäel Giraud “O ser humano é, antes de tudo, um ser em contínuo relacionamento. Com Deus, com outrem, com a natureza. E quando danifica uma dessas três relações, ele danifica automaticamente as duas outras. O verdadeiro progresso é a cura do que está ferido nessas relações, é a regeneração de uma maneira santa de nos relacionarmos uns com os outros, com Deus e com a natureza”, complementa o pesquisador. De acordo com o economista, a finança é o principal empecilho para o progresso da humanidade.
 Frente a tal cenário, Gaël reforça o discurso de Francisco e argumenta que as alternativas para o momento de crise estão com a potência criadora dos pobres. “São os pobres que inventarão formas humanas e dignas de vida. A economia solidária, a partilha, as cooperativas, a economia circular são exemplos dessas invenções”.
 Conforme palavras do cientista francês, a Encíclica do Papa Francisco privilegia a manutenção das condições de vida decente para todos no planeta. A racionalidade econômica dominante, essa que se expressa através da dita economia neoclássica, parte da hipótese de que a maximização do lucro pelas empresas e a concorrência são o segredo da prosperidade. O Papa Francisco diz simplesmente que isso é uma mentira. Mas, insisto que, não é preciso ser Papa, e nem mesmo um religioso, para chegar a esta triste conclusão.
 Alegar que o lucro privado e a concorrência vão garantir a prosperidade e, em particular, garantir condições de vida digna para todos num planeta que é finito é uma mentira. E isto está comprovado na situação em que se encontram muitos povos na face da Terra, num estado de pobreza absoluta. Enquanto isto, algumas nações gozam da riqueza total, quase em sua maioria, explorando as nações mais pobres.  
 Na opinião do Professor Gäel, a palavra do Papa Francisco confirma a denúncia feita pelo teólogo protestante Jacques Ellul, de que é uma grande ilusão acreditar que a técnica nos salvará do desastre climático e ecológico. Ou se muda radicalmente o modo de vida, ou não se pode esperar salvação numa possível, mas improvável, tecnologia que vencerá o desafio ecológico.
O desajuste climático surge, de repente, como a injustiça social em mais alto grau. De fato, ele afetará muito mais rápido e de forma muito mais duradoura os mais pobres. Tanto os países do Sul mais pobres como, em cada país, as populações mais pobres. Aliás, essa é uma das razões pelas quais as elites econômicas de um grande número de países não levam a sério o desajuste climático e a destruição da biodiversidade. Elas estão convencidas de que terão riqueza suficiente para se salvarem disso, enquanto os pobres morrerão. Que conclusão tão triste, covarde e desumana!

Ora, a economia neoclássica dominante alega que as questões de justiça não contam: a divisão da riqueza não é ditada, nesse pensamento econômico, por uma lógica política, tampouco, portanto, por considerações éticas, sendo puramente ditada por uma lógica interna de mercado. Pelo menos, é o que alega a economia neoclássica. Porém, isso não é verdadeiro: a economia neoclássica fracassou completamente em seu idealismo ao excluir a justiça social do campo da economia.
 Na realidade, tornou-se um puro instrumento ideológico de defesa dos interesses dos mais ricos. Da mesma maneira que o marxismo-leninismo se tornou, na União Soviética, um puro instrumento ideológico de defesa dos interesses dos caciques do Partido. Assim, a adoção da economia neoclássica como paradigma dominante na formação das elites, dos economistas, dos funcionários públicos, gerou aquilo a que essa economia visa: a apropriação, por uma minoria cada vez menor, da riqueza produzida; a explosão das desigualdades, à custa dos mais pobres. Isso é também denunciado pela Encíclica Laudato Si.
 Como já havia declarado a estudiosa e sábia pesquisadora econômica Hazel Henderson, numa conversa com Fritjof Capra, que antecedeu a publicação do livro Ponto de Mutação, o crescimento do PIB é acompanhado por um crescimento proporcional das devastações ecológicas e do consumo de energia, fóssil na maioria das vezes. Enquanto nossas economias não conseguirem desvincular a prosperidade do consumo de energia fóssil, continuaremos destruindo o planeta, fazendo de conta que estamos trabalhando pelo bem de todos, ao passo que essa destruição beneficia tão somente um pequeno grupo.
 Os argumentos dos neoliberais é mentirosa, porque nunca aconteceu, e não tem a menor chance de vir a acontecer. A de que o enriquecimento dos mais ricos traria a garantia de prosperidade aos mais pobres. Assim, as desigualdades significam simplesmente que os mais ricos conseguem captar uma parte crescente da riqueza produzida por todos para o seu benefício pessoal. E essa acumulação de riqueza os leva a adotar modos de vida predadores em relação ao planeta, logo, em relação às gerações vindouras. É por essa razão que se faz necessário reduzir as desigualdades para salvar o clima.
 Portanto, o primeiro ponto muito concreto da Encíclica recomenda neutralizar o poder dos banqueiros. O segundo ponto: a Encíclica evoca também muito claramente a necessidade de os países do Norte aceitarem “certo decrescimento”. É preciso romper com o produtivismo, a loucura da concorrência de todos contra todos, do crescimento do PIB a qualquer custo.
Quem diz isto é um homem que, por sinal, está exercendo a função de chefe da Igreja Católica. Qualquer criatura religiosa, não importando de qual religião, repetiria os mesmos conceitos. Cientistas honestos que não estivessem vendidos ao capitalismo explorador reconheceriam estes conceitos como verdadeiros.
O futuro do planeta está nas mãos de uns poucos que podem acabar com a vida na Terra, a qualquer momento. Seja pelo dinheiro que escraviza ou pelas armas que matam. Precisou vir de um religioso um alerta que mais deveria caber à ciência do que à religião.
Mas, caros leitores, reconheçam que só existe a ditadura do dinheiro, por existir escravos que se submetem aos donos do dinheiro, por ambição materialista ou interesses de poder. Ninguém pode se tornar um feitor de escravos, se não houver aqueles que se submeterão à ordem do feitor.
E, por fim, deixo um recado para os que se dizem católicos, para que ouçam o líder de sua Igreja, e não façam de conta que não entenderam o recado. Ele foi dirigido para toda a humanidade, mas, principalmente, para os que são católicos, ou que se dizem tais.
Juízo, muito juízo, humanidade insensata! O dinheiro vai acabar matando o que ainda resta de vida. E, não é preciso ser um Papa, para afirmar esta verdade.

















sábado, 7 de novembro de 2015

TEIA AMBIENTAL - QUANTAS VEZES PRECISA ACONTECER, PARA QUE SE POSSA APRENDER






Quantas mortes precisam ocorrer, pra que se mude o parecer?
Quantos desastres são necessários para que se tomem atitudes?
Quantas riscos são precisos antes que se consolidem as tragédias?
Como dizia Bob Dylan, a resposta está soprando no vento.
Outro dia, próximo a Belo Horizonte uma comunidade foi soterrada pelo rompimento de uma barreira com rejeitos de uma mineradora. Agora, a tragédia foi em Mariana.
Que triste desígnio está escrito na história das Minas Gerais, relacionado a desastres ecológicos provocados por sua abundante riqueza mineral?
Depois do fato consumado, sabe-se que 45 outras barragens encontram-se em semelhante situação de risco. E, então, o que fazer? Esperar o rompimento, contabilizar as mortes, avaliar a tragédia ecológica, socorrer a região com recursos do Tesouro e enviar pêsames às famílias enlutadas?
E repetir, como no circo, que o espetáculo tem de continuar?
Insisto com a pergunta - quantas vezes serão suficientes que ocorram tragédias deste tipo, para que se dê um basta a tamanha irresponsabilidade, diante da mais absoluta falta de fiscalização?
Depois do ocorrido, surge a informação de que existem outras 45 situações de risco, prontas para que venham a se transformar em realidades.
Talvez nem sejam 45, podem ser menos. Talvez 30 ou somente 5. Levantamentos desse tipo são apenas sinais do mais lamentável desprezo com a vida humana e com a natureza. Menos estatísticas e mais atitudes!
A humanidade está perdendo o juízo, somente enxergando lucros e perdas. Não é possível que a queda das ações da Vale ganhe repercussão por conta da empresa responsável pelo desastre estar associada à Vale do Rio Doce. Esta não é a hora de se importar com as perdas dos acionistas e especuladores da Bolsa, mas de olhar para o aspecto desolador daquela região de Mariana recoberta de lama.
Os rejeitos caíram no Rio Doce e caminham em direção ao Espírito Santo. A população ribeirinha vai poder acompanhar a navegação dessa massa de lama com destino às terras que ficam no ponto abaixo de onde ocorreu o desastre.
Multas ou punições de qualquer tipo não resolverão a questão. É preciso interromper o processo nas 45 outras barragens ameaçadas. Quem tem coragem de mexer com o capital? O social está debaixo da lama, enquanto o capital está financiando os desastres.
Quantas culpas precisam ser atribuídas a uma empresa para caçar-lhe a licença de uso do nosso solo?
Quantos cidadãos poderão ser mortos, a cada rompimento de uma dessas barreiras, antes de suspender o licenciamento?
A resposta, meus amigos, pode não estar nas mãos dos brasileiros.. The answer, my friends, is blowing in the wind.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

TEIA AMBIENTAL - CONDUTA AMBIENTAL UMA QUESTÃO DE PRINCÍPIOS

Meus fiéis leitores, estamos, em mais este dia 7, a falar de desenvolvimento sustentável e de conduta ambiental. Antes disto, porém, vamos parar para refletir sobre o perfil de quem se espera que venha a assumir atitudes preservacionistas.

As pessoas de um modo geral, no mundo inteiro e não somente no Brasil, estão envolvidas em atos nocivos à sociedade, comportando-se como corruptos, mentirosos, traidores, ambiciosos e egoístas. A maioria delas ocupa funções de destaque e até de julgadores e administradores das causas públicas.

O que esperar de quem desvia o dinheiro público para suas contas no exterior, mesmo sabendo que aquela verba foi aprovada para atender a saúde do povo? E daquele que pactua com os que invadem terras e destroem florestas para criar gado ou praticar a agroindústria?

Não, não precisamos procurar nos que exercem o poder, aqueles que se comportam de forma desastrosa em relação à sua cidade, ao seu país e ao planeta. Eles estão nas ruas, no meio do trânsito ou caminhando pelas calçadas. Eles estão nos escritórios, trabalhando e sonhando em ter mais e sempre dispostos a fazer alguma coisa imprópria para levar vantagem e se promover.

Quando se falsifica um documento ou se falseia com a verdade na declaração de renda, isto é crime. Quando se paga propina a um fiscal ou a um guarda de trânsito, isto também é crime. Quando se recebe o salário-desemprego, mesmo depois de ter conseguido um novo emprego, isto é crime. Quando se recebe a aposentadoria ou pensão de quem já morreu, isto é crime. Quando se dá um jeitinho para passar na frente da fila, isto é crime.

Reclama-se do lixo na rua, e da negligência do serviço público com a limpeza da cidade, mas atira-se lixo nas ruas e calçadas, como se fosse algo normal. Estaciona-se o carro em local proibido, como se a pressa justificasse a infração, mas isto é crime.

Os meios de comunicação mentem, ao noticiar um fato. Os empresários pagam comissões para participar e ganhar concorrências. Os deputados recebem doações em suas campanhas, com o compromisso de defender os interesses dos doadores, mais do que dos seus eleitores.

Num mundo em que há tanta corrupção e desrespeito aos legítimos interesses da coletividade, como esperar responsabilidade no trato com a natureza? Quem rouba, mente e destrói tudo que impede o seu lucro, não se importará com a devastação das florestas, contaminação dos rios e poluição do ar. E, como a grande maioria, até os que se dizem conscientes dos seus deveres preservacionistas, age desta maneira, o que se pode esperar do futuro?

Esta não é uma pergunta derrotista, caro leitor, mas uma provocação à reflexão. Não se deixe enganar por propagandas, que estão a serviço de interesses econômicos, jamais ambientais. Não confie nunca nos meios de comunicação, principalmente nos que tentam vender uma imagem de confiabilidade, pois eles estão a serviço dos seus patrocinadores e patrões.

Então, surge a pergunta: em quem confiar? Antes de tomar a sua decisão, pesquise sobre de quem se trata, do que fez pela natureza e quais os interesse em jogo de cada corporação. Doação para proteção e preservação ambiental não é garantia de se trata de uma empresa seriamente comprometida com a natureza. Não se esqueça que são os mais cultos e educados que estão envolvidos em corrupção e desvios de verba para alimentar seus propósitos expansionistas.

Os pobres, quando roubam, são pegos e humilhados. Os ricos escapam e são exaltados. Mais do que a acusação e a punição, a delação é a solução. O traidor entrega o cúmplice e ganha os seus cem anos de perdão. De bandido se transforma em herói, enquanto a destruição e a corrupção ganham força.

Diante desse quadro, que insisto não ser privilégio do cenário nacional, mas internacional, eu pergunto quem está, de fato, preocupado com o futuro da natureza. Se a destruição, um dia, for total, os degradadores se consolam com as conquistas imediatistas que obtiveram graças aos seus crimes, que só vão apresentar seus efeitos daqui a 100 ou mais anos, quando eles julgam não mais estar por aqui. Quem sabe, hein!

O mundo não tem fim, a vida sempre retorna após ciclos de descanso da natureza. E, cá entre nós, já tem tempo que a natureza está precisando de um descanso. Se a humanidade continuar com esse processo predatório, o descanso poderá ser antes da hora.

A conclusão, meu leitor, é que cada um, antes de julgar e condenar, coloque a mão na consciência e perceba como ele está envolvido até a raiz dos cabelos, com tudo que de pior vem acontecendo na natureza. Não se faça de inocente, e trate de conferir em quantas acusações está enquadrado, dentre as que fiz no início do texto. Continue protestando contra os ladrões e corruptos, mas tome cuidado, pois, um dia, a vítima pode ser você.

Como dizia um antigo anúncio de um produto que amenizava a dor, não basta protestar, reclamar e condenar, é preciso participar. E, para isto, é indispensável dar o exemplo, a começar em casa e passando pelo trabalho, amizades e religião. A hipocrisia está solta, mas os telhados de vidro não recomendam que as pedras sejam atiradas. Pensem nisto, e a natureza agradece.





segunda-feira, 7 de setembro de 2015

TEIA AMBIENTAL - MENTES POLUIDAS E ALMAS SOFRIDAS


A cada dia 7, ocupo o Alma Mater para falar de um tema relacionado à poluição e às consequências ao meio ambiente. Quase sempre me ocupo de ações humanas que, de alguma forma, afetam à natureza, e que prejudicam a qualidade de vida da humanidade.

Hoje, vou dedicar meu tempo e este espaço para falar de uma das mais terríveis agressões que a criatura humana pode sofrer na vida – a fuga de seus lares e o abandono da terra dos seus ancestrais. Isto está acontecendo no outro lado do mundo, onde milhares de refugiados procuram abrigo em nações europeias.

A poluição que gerou esta situação cruel foi a provocada pela indústria bélica, que se alimenta do medo e do terrorismo. O medo gerado por ameaças oriundas de países inimigos, de fanatismos religiosos ou de ambição por tesouros minerais, alimentado por quem só entende progresso como acúmulo de riquezas. E, riquezas estas, que venham de onde vierem.

Os refugiados estão abandonando suas terras e fugindo, principalmente, da Síria, da Líbia, da Nigéria, do
Afeganistão, por conta da violência de grupos radicais, que aterrorizam as populações pobres, tomam suas propriedades e violentam seu povo.

Perseguições políticas e econômicas, como as que ocorrem nos países que possuem grandes reservas de petróleo, ou religiosas, como as que confrontam os estados religiosos fundamentalistas com os que professam outras crenças, estão provocando um incontido morticínio de populações inteiras de cidades e regiões.

Quem provocou esta barbárie? Não tenham receio de responder que são os mesmos, sempre os mesmos, que através da história cometeram crimes semelhantes contra a humanidade. E tudo em nome do dinheiro, e das riquezas geradoras dos recursos econômicos que alimentam os países ricos, na sua eterna jornada de dominação dos miseráveis.

A Europa, acumpliciada com os Estados Unidos da América, invadiu países e estimulou grupos guerrilheiros a confrontar os poderes constituídos, em nome de uma pretensa e discutível democracia. A palavra democracia tem-se desgastado demais nos últimos tempos, quando a nação que se arvora como a grande defensora da liberdade mundial, invade países, como fez no Iraque e ainda faz no Afeganistão, interfere na economia de nações aliadas, com o intuito de explorar riquezas e impor sua política.

Grupos terroristas foram armados pelos Estados Unidos com o apoio dos aliados de sempre, Inglaterra e França, para derrubar regimes que se opunham ao domínio norte-americano, e com isso colocou-se, nas mãos de grupos insanos, a força de armas poderosíssimas, que são as grandes ameaças no momento atual.

Destruído o Iraque, empobrecido o Irã, arrasado o Afeganistão, desestruturadas a Síria e a Líbia, as armas estão nas mãos de facínoras que perseguem, torturam e matam inocentes, cujo maior erro é crer numa religião diferente ou ser de uma classe miserável, que não tem força e nem formas de defesa.

Assim, estão morrendo milhares de crianças na África, dezenas de milhares no Oriente Médio e centenas de milhares no mundo inteiro, como efeito dessa hipócrita defesa dos direitos humanos, que só atua por interesses dos ricos para invadir as nações mais pobres.

O mundo está em guerra, e desta vez uma guerra camuflada, escondida por baixo de aparentes ações de solidariedade que não passam de remendos ridículos, nesse rasgo sem limite do direito inalienável de cada um seguir a sua consciência. Agora, tenta-se remediar uma situação angustiante em que vivem refugiados, atirados dentro do convés de barcos despreparados para longas travessias, sobrecarregados de quem  sabe que nem todos chegarão ao destino.

Os países ricos se reúnem e decidem investir uma ridícula soma de recursos para receber os refugiados e redistribuí-los em terras, que não são deles, e que nada têm a ver com a história dos seus povos. E, talvez, se julguem dignos de elogios, por abrigar os pobres coitados que foram enxotados de seus países, por terroristas armados pelos “bonzinhos” que os acolhem.

As mentes estão poluídas e não adianta tentar vender uma falsa misericórdia, pois nada poderá corrigir os erros que provocaram a situação caótica em que vivem essas populações em fuga. Essas mentes governantes são semelhantes às que provocaram o maior morticínio da história, aquelas mentes nazistas que pretenderam dominar o mundo, fuzilando ou trancando em câmaras de gás os que estavam em seus caminhos.

O mundo está de luto, um luto permanente, e que se espera não venha a ser eterno. A humanidade está diante da consequência de um capitalismo selvagem, que exalta o dinheiro e despreza a vida. Os ares estão poluídos por essas formas-pensamento cruéis e desumanas. As almas da humanidade estão sofridas. Não somente as dos refugiados, mas a de todos que estão solidários a esses seres sofridos e sem futuro.

As mãos sujas de sangue são as mesmas que tentam dar apoio aos que sobraram, ou sobrarão, da chacina provocada por suas mentes poluídas. Não existe pior poluição do que a que é provocada por mentes cruéis e assassinas. As guerras são as grandes poluidoras, as armas são os instrumentos de poluição que alimentam a ganância dos que vivem das mortes de inocentes.

Estamos diante de uma guerra disfarçada em atos de caridade. Não há almas caridosas, mas culpados tentando a absolvição. A poluição está no ar, e vai continuar. O dinheiro compra tudo, só não consegue absolver a consciência pesada, que acompanha os grandes culpados desse êxodo maior do que todos os anteriores êxodos registrados nos anais da História.

Enquanto isto, pessoas bem-vestidas, morando em prédios de luxo ou com grande conforto, se julgam infelizes por uma crise suave por que passa o Brasil. Elas desconhecem o que seja crise, elas não moram no agreste brasileiro, e só conhecem a Ásia e a África como turistas! Elas são incapazes de botar a mão no bolso para ajudar os refugiados, mas, certamente, investiriam milhões em ações de uma empresa bélica que oferecesse a possibilidade de lucro, por conta de um contrato fechado com países em guerra.

 As consciências pesadas esbravejam contra o mundo, numa ridícula projeção do que pensam e sentem diante de suas próprias imagens no espelho. Campanha da Fraternidade, Criança-Esperança e outras campanhas semelhantes são somente disfarces para as consciências dos que não estão nem aí para quem sofre com a miséria provocada para que se promova a riqueza de poucos. 

O ar está poluído, as águas estão poluídas e as terras estão poluídas, porque as mentes estão poluídas. O resto não passa do efeito do que pensamos e sentimos. A natureza não pode se recuperar enquanto povos de mentes poluídas alimentarem a egrégora da Terra.






sexta-feira, 7 de agosto de 2015

TEIA AMBIENTAL - PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES






Meus caros leitores:
A Teia deste mês vai falar de amenidades e beleza. Vamos colocar a Natureza no centro das nossas atenções. Chega de falar mal e de criticar! Eu não aguento mais estas destemperanças do Facebook, em que gente que não entende de nada fala como se fosse autoridade.
Tudo bem que a Natureza tem sido mal tratada, mas onde estão os paneleiros que fazem arruaças quando as coisas não vão bem? Onde estão os que se dizem defensores da pátria? Será que as nossas florestas e rios não fazem parte da pátria?

Pois bem, é tempo de falar de flores. Quem mora num santuário como eu, que habito uma cidade sagrada, chamada São Lourenço, no sul das Minas Gerais, tem o privilégio de poder repousar suas vistas em obras-primas da Natureza, como os ipês-amarelos floridos, em nossas ruas e montanhas.

Apesar do espírito destrutivo dos seres humanos, a Natureza não se ofende com a forma como é tratada, e retribui a cada ano com flores e cores, que nos fazem perder o fôlego. As ruas da cidade estão refletindo o dourado das flores dos ipês, as nossas montanhas estão salpicadas do amarelo contra o fundo verde, num certo quê nacionalista.

Os ipês vão tomando conta dos espaços, e quando chega setembro, a árvore símbolo do Brasil é reverenciada pela Natureza, mas, bem pouco exaltada pelos brasileiros. Os brasileiros precisam reparar mais nas nossas riquezas, que não estão nos bancos, mas na alma da nação. Somos um povo privilegiado, que por ter tanto, vive cobrando sempre mais.

Levantem a cabeça, olhem ao redor, e reconheçam a beleza do céu azul anil, das matas verdes, e dos ipês- amarelos, em nossos campos de Minas. Minas nos deu o ouro, nos tempos dos bandeirantes, e nos doa o dourado, sempre que setembro vier.

Bem-aventurado o povo que pode exaltar a sua Natureza, e tratá-la de Mãe Natureza. Como disse, um dia, o nosso inesquecível mineiro Juscelino Kubitschek, ao ser vaiado pela população de uma cidade que visitava - “Feliz o povo que tem liberdade para vaiar o seu presidente”.

Fiquem com as flores, e nunca tirem da lembrança o bem que a sua beleza nos faz.



sábado, 25 de julho de 2015

DISCRIMINAÇÕES SOCIAIS E CARIDADE

Meus leitores:
Cá estou eu, em mais uma semana, mergulhado em questionamentos que foram alimentados no nosso último Seminário de Numerologia da Alma, e que estou trazendo para todos que se interessem pelo assunto. 

Às vezes, eu me envergonho de ter nascido humano, talvez, melhor tivesse sido a permanência num outro plano, que me poupasse o constrangimento de ter de chamar meus semelhantes à realidade. Muitos seguem religiões e muitos outros exaltam seu caráter, mesmo sem se dizer religiosos. E o que vemos no noticiário e nas redes sociais? Escândalos e corrupção, ódio e violência, egoísmo e vingança.

Os pobres são desprezados e comparados a bandidos. Os negros são discriminados e considerados inferiores. As mulheres não são tratadas com o devido respeito, e são valorizadas por atributos que não as fazem melhores e nem piores. Quem pensa diferente é perseguido e atacado. Se o adversário se sai vencedor, se torna um inimigo e passa a ser odiado. E a caridade?

A maioria dos cristãos não conhece o Cristo, talvez já tenha lido na Bíblia sobre seus feitos e sacrifícios, mas não aderiram à sua doutrina. Cruéis como eram os escribas e fariseus, no tempo do Cristo na Terra, esses cristãos praticam uma forma de crença, em que estão incluídas as perseguições e agressões aos que não pensam como eles.

As redes sociais despejam agressividade e ódio em nossos lares, provocando uma atmosfera quase irrespirável para quem acredita no amor e na caridade. Muitos desprezam a caridade, comparando-a a um condenável paternalismo, e se recusam a ajudar os mais pobres e ignorantes, tratando-os como vagabundos e malandros. Misericórdia e caridade passam distante dos lares desses que tendo muito sentem desprezo pelos que pouco têm. E se julgam merecedores de suas conquistas, esquecendo que são apenas herdeiros de uma sociedade que ainda mantém o padrão da escravatura.

Se lessem com mais atenção e respeito, os ensinamentos de Paulo, em suas cartas aos povos que desejavam conhecer a nova doutrina, perceberiam o valor da caridade. Na primeira carta aos Coríntios, Paulo declara: “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade sou como um bronze que soa... E ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até o ponto de transportar montes, se não tivesse caridade, não seria nada”.

Será que eu preciso extrair mais ensinamentos sobre a caridade do que destas palavras do propagador da doutrina cristã? Paulo não catequizou povos com a intenção de fazê-los seguir uma religião, mas de lhes passar os ensinamentos do Cristo, que encarnou em Jesus para preparar a humanidade para conviver com toda essa grosseria e violência do mundo moderno. Com a antecedência de dois milênios, Cristo antecipou o que a humanidade teria de enfrentar nos dias de hoje. E, a maioria não entendeu nada do que o Mestre revelou.

Prossigo, mencionando Paulo: “A caridade nunca há de acabar, mas as profecias passarão, as línguas cessarão e a ciência será abolida. A caridade não é invejosa, não é temerária; não se ensoberbece, não é ambiciosa; não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre”.

De que caridade falava Paulo, meus religiosos e devotos cristãos modernos? As igrejas estão cheias aos domingos, cantando com os padres e exaltando as sábias palavras do Papa. Palavras, apenas palavras, meras palavras, enfeitando melodias e homilias, sem atingir o coração dos fiéis. Os templos recebem a voz forte do pastor que clama por justiça e exalta o amor, mas e a caridade? Onde ficaram os ensinamentos do Cristo, que se misturava com os pobres, doentes e pecadores, pois eram eles que precisavam de amor e caridade? Infelizmente, O dinheiro é que alimenta boa parte da fé, nos tempos de hoje.

O ódio tomou contou dos perdedores. A vingança passou a ser a reação de justiça dos fracassados. Caridade é uma palavra, senão desconhecida, rigorosamente desprezada. Ajudar o próximo tornou-se um ato repugnante para os que clamam por vingança, por terem sido contrariados ou vítimas da derrota. Os corruptos são denunciados e crucificados pelos corruptores, e estes por aqueles, como se pudesse existir uns sem os outros.

O ódio e a vingança são deflagrados nas redes sociais, como reações justas e naturais, por quem se julga ultrajado com tanta violência, desonestidade e corrupção. Atiram a primeira pedra os que sempre pecaram. Com a habilidade e a praticidade de quem já se alimentou das propinas, para vender ou comprar, pretensos cristãos despejam acusações contra os “traidores da pátria”.

Os síndicos que só compram para o condomínio, com a sua comissão reservada; os motoristas que consideram mais vantajoso subornar do que gastar com a atualização dos seus documentos; os forjadores de suas declarações de renda, que querem mais, sempre mais, além do muito que já possuem; fiscais que cobram para aprovar o que não tem defesa; juízes que têm seu preço de acordo com a causa a ser julgada; o consumidor que fica com o troco a mais, o funcionário que mente para conquistar a vaga do colega no trabalho, e paremos por aqui senão vai ter muito leitor que não vai pegar no sono.

E a culpa é dos pobres? Será que o muito que os míseros ladrões de rua já roubaram, chega a 1% do que os ricos se apossam, diariamente, do dinheiro dos incautos e ingênuos que trabalham para eles e são cúmplices de suas tramoias? O problema não está na pobreza, mas no caráter e na ganância dos que têm acesso ao poder.

A maioria dos que condenam a corrupção, está projetando o seu imenso desejo de ser um corruptor. Se a corrupção acabar, a grande maioria se sentirá frustrada ou se julgará prejudicada, pois muitos dos seus ganhos serão encerrados, e suas vagas de trabalho fechadas. Ou, simplesmente, eles não terão oportunidade de também garantir a sua parte no bolo. Triste, muito triste, o ponto a que chegou a humanidade!

Todos os Grandes Mestres ensinaram a bondade, o perdão e a caridade como sinônimo de amor. Os homens se dividiram em religiões, cada qual querendo conquistar mais fiéis. Os Mestres nunca criaram religiões, os homens, porém, com o seu senso de egoísmo e separatividade decidiram interpretar as mensagens de amor ao seu bel prazer, e criaram dogmas que separam, em vez de unir as pessoas.

Amor sem caridade não é amor, pode ser bondade, gentileza ou pena, mas não é caridade. A caridade, na visão de Paulo, não julga, não discrimina, não é maldosa e muito menos perversa. Quem se diz religioso, por frequentar grupos de oração, catequeses ou seja lá que nome for, deve primeiro aprender o que seja o verdadeiro ato de amor, que sem caridade não é nada.

Que tal pararmos de julgar e condenar, e procurar saber o que cada um pode fazer pelos outros? Que tal falar menos e fazer mais? Que tal rezar com um ideal maior do que só pedir para si? Que tal dar mais do que querer receber? Que tal dividir o pouco que tem, antes de que perca o muito que acumulou?

Todos nos temos um destino comum, que passa pela vida e pela morte, para voltar à vida e retornar à morte, num motocontínuo que começou num passado remoto e não se sabe onde vai acabar. Antes que acabe, seja numa outra dimensão, num outro planeta, no céu ou no inferno, que tal ser mais generoso e amoroso, e essencialmente mais caridoso?

Esta é a minha verdade, mas, muitas outras existem. Quem julga que há sentido no que leu, tente mudar o rumo da História, e quem julga que não tem nada a ver, me perdoe, mas esta é apenas a MINHA OPINIÃO.