sábado, 7 de novembro de 2015

TEIA AMBIENTAL - QUANTAS VEZES PRECISA ACONTECER, PARA QUE SE POSSA APRENDER






Quantas mortes precisam ocorrer, pra que se mude o parecer?
Quantos desastres são necessários para que se tomem atitudes?
Quantas riscos são precisos antes que se consolidem as tragédias?
Como dizia Bob Dylan, a resposta está soprando no vento.
Outro dia, próximo a Belo Horizonte uma comunidade foi soterrada pelo rompimento de uma barreira com rejeitos de uma mineradora. Agora, a tragédia foi em Mariana.
Que triste desígnio está escrito na história das Minas Gerais, relacionado a desastres ecológicos provocados por sua abundante riqueza mineral?
Depois do fato consumado, sabe-se que 45 outras barragens encontram-se em semelhante situação de risco. E, então, o que fazer? Esperar o rompimento, contabilizar as mortes, avaliar a tragédia ecológica, socorrer a região com recursos do Tesouro e enviar pêsames às famílias enlutadas?
E repetir, como no circo, que o espetáculo tem de continuar?
Insisto com a pergunta - quantas vezes serão suficientes que ocorram tragédias deste tipo, para que se dê um basta a tamanha irresponsabilidade, diante da mais absoluta falta de fiscalização?
Depois do ocorrido, surge a informação de que existem outras 45 situações de risco, prontas para que venham a se transformar em realidades.
Talvez nem sejam 45, podem ser menos. Talvez 30 ou somente 5. Levantamentos desse tipo são apenas sinais do mais lamentável desprezo com a vida humana e com a natureza. Menos estatísticas e mais atitudes!
A humanidade está perdendo o juízo, somente enxergando lucros e perdas. Não é possível que a queda das ações da Vale ganhe repercussão por conta da empresa responsável pelo desastre estar associada à Vale do Rio Doce. Esta não é a hora de se importar com as perdas dos acionistas e especuladores da Bolsa, mas de olhar para o aspecto desolador daquela região de Mariana recoberta de lama.
Os rejeitos caíram no Rio Doce e caminham em direção ao Espírito Santo. A população ribeirinha vai poder acompanhar a navegação dessa massa de lama com destino às terras que ficam no ponto abaixo de onde ocorreu o desastre.
Multas ou punições de qualquer tipo não resolverão a questão. É preciso interromper o processo nas 45 outras barragens ameaçadas. Quem tem coragem de mexer com o capital? O social está debaixo da lama, enquanto o capital está financiando os desastres.
Quantas culpas precisam ser atribuídas a uma empresa para caçar-lhe a licença de uso do nosso solo?
Quantos cidadãos poderão ser mortos, a cada rompimento de uma dessas barreiras, antes de suspender o licenciamento?
A resposta, meus amigos, pode não estar nas mãos dos brasileiros.. The answer, my friends, is blowing in the wind.