quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

TEIA AMBIENTAL - A NATUREZA É DEUS NA TERRA






Meus ecológicos leitores, cá estamos nós reunidos, em mais um dia 7, quando celebramos o culto à Natureza. E por que dia 7, pergunta o curioso ou o leigo em ocultismo? E eu respondo que o 7 é um número relacionado ao amor à natureza e à preservação ambiental.

Dito isto, tratemos dessa obsessão humana de cortar árvores e acabar com a vegetação. A poda esconde um desejo oculto de pôr fim às árvores, enquanto o cimento se coloca entre a terra e a sola do pé, com diversas desculpas, todas falsas e escondendo um apelo assassino de matar a vegetação.

Como se pode podar uma árvore, deixando-a com um tronco vazio e alguns cotocos, que antes foram galhos verdejantes, repletos de folhas, e alegar que a poda fortalece a árvore? Quando a desculpa não é o alegado benefício, prevalece a justificativa da fiação elétrica ameaçada.

Lembro-me de um assassinato horrível, testemunhado por mim e por minha esposa, numa tarde perdida no passado. Funcionários da Prefeitura derrubavam uma seringueira imensa, a maior que eu já havia visto, e que ficava no centro da nossa cidade. A justificativa, e sem tentarem desculpas esfarrapadas, foi que era para construir uma rede de lojas e com autorização do órgão ambiental.

A indignação levou-nos a tentar interromper a ação da derrubada da seringueira, mas fomos confrontados por quem se dizia autorizado em nome da Prefeitura. Ao percebermos que o serviço já estava bem adiantado e que, a qualquer momento, a enorme árvore viria abaixo, achamos melhor cair fora e não nos aborrecermos mais ainda. No entanto, jamais aceitamos aquele crime ambiental.

A Natureza tratou de reagir ao seu modo, e naquele local, até hoje, se encontra uma construção decadente, que jamais proporcionou lucro ao proprietário. A cidade perdeu uma bela seringueira e o proprietário teve um enorme prejuízo com o seu investimento.

Outro caso famoso na cidade, deu-se com uma palmeira imperial, garbosa e altaneira, na praça principal da cidade. Como é natural, num certo momento, desprendeu-se uma daquelas folhas típicas das palmeiras, grandes e pesadas, caindo próxima de transeuntes que se assustaram, mas seguiram em frente.

Poucos dias depois, a palmeira foi derrubada, sob a alegação que representava uma ameaça a quem transitasse pela praça. Lá se foram anos de vida sadia e majestosa de uma palmeira imperial, cujo crime foi soltar folhas, como é comum em qualquer palmeira.


Duas paineiras, pelas mesmas desculpas, foram derrubadas, e das cinco majestosas árvores, agora, restam três, não se sabe até quando. Árvores foram retiradas, para abrir estradas ou construir loteamentos e condomínios. Se houver árvore no caminho, é só cortar, e ponto final.

As podas nas árvores das calçadas são drásticas, e quando não matam, deixam as pobres coitadas tão debilitadas, que levam meses e até anos para se recuperar. Tudo com um sentido de dever cumprido, como se as florestas ainda estivessem ameaçando a cidade, como se acreditava nas primeiras vilas.

Desculpas, meras desculpas, envolvendo riscos ou segurança, acabam, diariamente, com a vida de árvores frondosas, que são cruelmente derrubadas por guerreiros armados de serras, machados ou o que servir para pôr fim a uma indefesa árvore, cujo crime alegado é ser muito grande e um dia poder cair na cabeça de alguém.

Eu fico pensando nessas estúpidas hipóteses, inventadas pelo ser humano, para justificar suas atrocidades contra as florestas, os jardins e a vegetação rasteira que cobre o solo. Todas encobrem o real propósito de exterminar com a natureza, num medo ancestral às seculares florestas que dominaram a Terra, e desafiaram o homem a nelas penetrar.

Com equipamentos pesados e poderosas máquinas de corte, a humanidade vai decepando as árvores, acabando com as florestas e pondo fogo nas matas. A vingança é terrível, e serve para saciar a ânsia de transformar o campo em cidade, o espaço rural, em urbano. É o homem enfrentando a natureza, e se julgando vencedor, a cada árvore abatida.


Mal sabe a humanidade ignorante e amedrontada que, a cada árvore que cai, é menos tempo de vida que cada um tem para usufruir deste planeta sagrado. O dia em que as florestas acabarem e não sobrar uma só espécie de árvore, a humanidade contará seus últimos dias.

Até hoje, nunca ninguém contou ao homem que, a natureza contra a qual ele luta, não é uma inimiga, mas a Divindade que criou o mundo. Ela é a Mãe Natureza dos índios, que sempre foi respeitada e celebrada em seus cultos e orações.

O tempo passa e a humanidade não aprende que, o que se faz de mal à Terra, um dia, se voltará contra os agressores, exterminando com eles, em incontáveis gerações futuras. O que acontece à Terra, também acontece aos filhos da Terra. A Natureza é Deus na Terra.